Como vai ser a saúde em 2040? Um novo estudo, realizado com base em previsões e cenários alternativos para a expectativa de vida e as principais causas de morte, revela que Portugal vai ser o 5.º país do mundo onde a esperança de vida vai ser mais elevada (84,5 anos).
O nosso país vai passar, de acordo com os dados do Institute for Health Metrics and Evaluation (IHME), de Washington, EUA, do 23.º lugar, que ocupava em 2016, para o top 10 dos que mais vivem.
A tendência é geral. Os dados confirmam que todos os países vão, muito provavelmente, sentir um aumento da esperança de vida, ainda que este possa ser ligeiro.
A China, por exemplo, com uma expectativa de vida média de 76,3 anos em 2016, ficou, nesse ano, em 68.º lugar entre 195 países. No entanto, se as tendências recentes da saúde se mantiverem, poderá subir para a 39.ª posição em 2040, com uma esperança média de vida de 81,9 anos, um aumento de 5,6 anos.
Em contraste, os Estados Unidos, que em 2016 ficaram em 43.º, com uma expectativa de vida média de 78,7 anos, devem também aumentar a sua esperança de vida, mas apenas em 1,1 anos (79,8), o que ditará uma queda para o 64º posto.
Já o Reino Unido, que apresentava uma esperança de vida de 80,8 anos em 2016, deve vê-la subir para os 83,3 anos, elevando a sua classificação de 26.º para 23.º lugar daqui a 22 anos.
Cenários diferentes para realidades que podem mudar
O estudo, publicado na revista médica internacional The Lancet, estima um aumento significativo nas mortes por doenças não transmissíveis, incluindo diabetes, doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC), doença renal crónica e cancro do pulmão, para além de pintar um cenário negro no que diz respeito à obesidade.
No entanto, há “um grande potencial para alterar a trajetória de queda em saúde”, abordando os principais fatores de risco, os níveis de educação e o rendimento per capita, referem os autores.
“O futuro da saúde mundial não está pré-determinado, havendo várias trajetórias plausíveis”, refere Kyle Foreman, diretor de Ciências de Dados do IHME e autor principal do estudo. “Se vamos ter progresso ou estagnação significativa depende do quão bem ou mal os sistemas de saúde vão abordar os principais indicadores de saúde.”
Os cinco principais responsáveis pela saúde, que explicam a maioria das trajetórias futuras no sentido da mortalidade prematura, são a hipertensão arterial, o índice de massa corporal elevado, o alto nível de açúcar no sangue, o consumo de tabaco e álcool.