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Parar de fumar o mais cedo possível pode salvar vidas

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Fumar faz mal à saúde. Isso é um facto. Mas um novo estudo, liderado pela Sociedade Americana de Oncologia, sugere que largar o vício numa idade mais precoce pode diminuir significativamente – ou até mesmo apagar – o risco de morrer de cancro do pulmão associado ao tabagismo.

“Fumar tem, definitivamente, um efeito cumulativo”, refere Patrick Ma, oncologista do Penn State Cancer Institute, nos EUA. “Este estudo realmente coloca o foco nas diferentes faixas etárias e as caracteriza de forma estatística em relação ao risco de fatalidade por cancro do pulmão.”

Parar de fumar aos 45 anos reduz potencialmente o risco de morte por cancro do pulmão em 87%, mostra o estudo, publicado na revista JAMA Oncology. Ainda mais surpreendente, parar de fumar aos 35 anos pode efetivamente eliminar qualquer risco excessivo de morrer por cancro do pulmão.

E mesmo os fumadores de meia-idade que deixaram de fumar entre os 55 e 64 anos diminuíram o risco de mortalidade por este tipo de cancro em mais de metade.

“Claro, o melhor conselho é nunca começar a fumar, mas este estudo mostra que nunca é tarde para parar e ver algum benefício”, refere Ma.

Fumar e os riscos associados

O tabagismo é a principal causa de morte por cancro, e estudos anteriores sugeriram que aqueles que adotam mais cedo o vício correm maior risco. Este trabalho, que analisou dados de mais de 410.000 americanos, é mais detalhado.

Se uma criança começar a fumar antes dos 10 anos, o risco de morte por cancro quadruplicou em comparação com os não fumadores ao longo da vida, mostra o estudo. Aqueles que começaram a fumar antes dos 18 anos aumentaram o seu risco três vezes.

No geral, os investigadores, alguns dos quais associados à Sociedade Americana de Oncologia, descobriram que os fumadores morreram três vezes mais por cancro do que os não fumadores. 

Mas fumar acarreta outros riscos para a saúde, além do cancro do pulmão, incluindo cancro do cólon, de cabeça e pescoço, doença arterial coronária, insuficiência cardíaca congestiva, refere Ma. O vício da nicotina é também um hábito muito difícil de quebrar, o que torna ainda mais importante nunca começar, acrescenta.

“Este estudo não deve significar que se pode começar a fumar mais cedo e parar mais cedo e obter o melhor dos dois mundos – isso seria uma extrapolação injusta dos dados”, afirma. “Quanto mais cedo começar com o vício, mais suscetível fica aos danos no ADN que os carcinogéneos causam.”

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