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Reações adversas a medicamentos custaram 4,8 mil milhões de euros

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Entre 2000 e 2015 foram registadas mais de 220 mil reações adversas a medicamentos nos hospitais portugueses, revelam os dados do Infarmed – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde. Eventos que custam qualquer coisa como 4,8 mil milhões de euros.

Publicado na revista científica Journal of Medical Systems, o estudo resulta de uma análise da base de dados dos Grupos de Diagnósticos Homogéneos (sistema de classificação de doentes) e procurara estimar a frequência e o impacto dos eventos adversos nos hospitais públicos.

Foram, ao todo, contabilizadas 15 milhões de hospitalizações nos 15 anos em análise, constatando-se que 5,8% dessas hospitalizações (860 mil) tinham no mínimo um evento adverso associado, e que 1,5% (220 mil) estavam associadas a pelo menos uma reação adversa a medicamento.

Efeitos que, de acordo com os autores, Bernardo Sousa-Pinto, Bernardo Marques, Fernando Lopes e Alberto Freitas, da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e do CINTESIS – Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde, do Porto, custam caro. As estimativas referem que o impacto financeiro do total de eventos adversos e dos custos que lhe estão associados chega aos 4,8 mil milhões de euros para o total do período em análise.

Um número seis vezes superior às notificações registadas no âmbito do Sistema Nacional de Farmacovigilância para igual período (34 mil notificações).

Apesar de haver algumas limitações metodológicas, confirma-se indiretamente que a subnotificação de reações adversas a medicamentos em Portugal é uma realidade significativa.

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