Os adultos que perderam dentes por motivos não traumáticos podem ter um risco maior de desenvolver doenças cardiovasculares, revela a apresentação feita numa conferência do Colégio Americano de Cardiologia.
A doença cardiovascular é a principal causa de morte a nível global e vários estudos anteriores já a tinham associado à doença oral inflamatória, que frequentemente causa perda dentária devido à quebra do tecido periodontal.
Esta associação, apesar de identificada, ainda não é bem conhecida. Por isso, os investigadores deste estudo realizaram uma análise a dados de 316.588 pessoas norte-americanas, com idades entre os 40 e os 79 anos, tendo analisado a perda dentária não causada por trauma, assim como as doenças cardiovasculares, incluindo enfarte, angina e/ou AVC.
Contas feitas, a percentagem de pessoas com doenças cardiovasculares e não tinham dentes foi de 28%, em comparação com apenas 7% dos que sofriam de doenças cardiovasculares, mas tinham todos os dentes.
Além dos participantes desdentados, também muitos dos que relataram ter entre um e cinco dentes ausentes ou seis ou mais, apresentaram uma probabilidade maior de desenvolverem doenças cardiovasculares, mesmo depois de se ajustarem outros fatores, como índice de massa corporal, idade, raça, consumo de álcool, tabagismo, diabetes e consultas odontológicas.
“Os nossos resultados suportam a existência de uma relação entre saúde oral e saúde cardiovascular”, refere Hamad Mohammed Qabha, autor principal do estudo e especialista em medicina e cirurgia na Universidade Islâmica Imam Muhammad Ibn Saud.
“Se os dentes de uma pessoa caírem, pode haver outras preocupações de saúde subjacentes. Os médicos devem recomendar que as pessoas nessa faixa etária recebam cuidados de saúde oral adequados para evitar, em primeiro lugar, as doenças que levam à perda de dentes e, potencialmente, outra forma de reduzir o risco de futuras doenças cardiovasculares.”