Pode a felicidade ter impacto na artrite reumatoide? A questão vai ser levantada no próximo dia 7 de abril, nas XXII Jornadas A.N.D.A.R, da Associação Nacional dos Doentes com Artrite Reumatóide, que se realizam em Lisboa.
O tema será abordado por José António Pereira da Silva, reumatologista e professor catedrático de reumatologia na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, que defende que o alívio da tensão psicológica irá provocar a redução da tensão e da contração dos músculos, reduzindo assim o cansaço e a dor.
Para Arsisete Saraiva, presidente da A.N.D.A.R, “o estado psicológico e mental dos doentes tem um forte impacto na sua saúde e consequentemente na artrite reumatoide”.
O encontro vai ainda abordar o tema da saúde musculoesquelética na população e o impacto das doenças reumáticas, a cargo de Raquel Lucas, especialista da Universidade do Porto e, por forma a potenciar o conhecimento sobre como este estado de equilíbrio físico e psíquico, a psicóloga Mariana Marques explicará quais os exercícios práticos para aumentar a felicidade.
Nas XXII Jornadas vai falar-se ainda da importância da alimentação nos doentes com artrite reumatoide, das vacinas em tempo de pandemia e da forma como o doente com artrite pode ajudar o seu reumatologista a tratá-lo.
Existem, em Portugal, cerca de 50.000 a 70.000 doentes diagnosticados com artrite reumatoide, uma doença inflamatória crónica, mais comum entre os 30 e os 50 anos, com maior prevalência no sexo feminino. O principal sintoma é a inflamação das articulações que, com o tempo, pode levar a deformidades. Quando não tratada precocemente, traz graves consequências para os doentes.
Segundo António Vilar, reumatologista e Secretário Geral da A.N.D.A.R., “estudos variados mostram que a adesão à medicação a longo prazo pode estar comprometida em quase 45% dos doentes”.
“Através da partilha de informação e de conhecimentos, dirigidos preferencialmente a doentes, familiares e amigos, podemos aumentar o bem-estar das pessoas que vivem com artrite reumatoide e aumentar a literacia sobre esta patologia”, defende Arsisete Saraiva.