Inovação, inteligência artificial e computação. Vivemos cada vez mais num contexto com novas tecnologias que moldam as diferentes vertentes da vida contemporânea. E a saúde não poderia ser exceção. Para abordar o papel da inteligência artificial (IA) na futura transformação da saúde, a Boehringer Ingelheim celebrou os 65 anos de vida e história em Portugal com um encontro dedicado à medicina de precisão, personalização do tratamento e desafios e oportunidades da IA.
Sob o mote “Health 4.0: AI in Action”, este evento decorreu a 3 de novembro, coincidindo com o One Health World Day, refletindo o compromisso da Boehringer Ingelheim com uma visão integrada, sustentável e holística, com foco na saúde humana, animal e ambiental.
Com o surgimento de novas tecnologias a alta velocidade, ainda existe um grande debate entre as vantagens e os desafios. E quando se aborda inteligência artificial na saúde, ainda há muito para dizer. Para abrir o painel, Raffaele Santagati destacou o potencial transformador da computação quântica na descoberta de medicamentos. Graças a parcerias estratégicas, a Boehringer Ingelheim consegue explorar novas formas de modelar moléculas complexas, acelerando o desenvolvimento de terapias inovadoras.
Ricardo Baptista Leite, médico e CEO da HealthAI, abordou o papel da IA na medicina de precisão, sublinhando os benefícios da personalização do tratamento com base em dados genéticos e clínicos, mas também os desafios éticos e regulamentares desta transformação.
Vantagens e desafios da IA
A reflexão sobre o futuro da IA na saúde foi enriquecida com as perspetivas de Arlindo Oliveira, professor no Instituto Superior Técnico, Manuel Tanger, Co-Founder e Head do Future Beta-I, Lénia Mestrinho, Executive Director na Data Science Knowledge Center, e Daniel Ferreira, cardiologista, na mesa-redonda “AI Challenges and Opportunities” que partilharam a sua visão sobre a big data, ética, regulação, literacia digital e o papel de Portugal como hub de inovação em saúde digital.
Entre as principais vantagens, destacam-se a eficiência operacional, produtividade clínica e hiperpersonalização no atendimento. Desta forma, na prática clínica, a IA pode objetivar dados e comportamentos, evitar erros e distrações, reforçar e acelerar o diagnóstico e terapêutica, reduzir carga administrativa e melhorar registos clínicos, diminuir o desgaste dos médicos, contribuindo para um sistema de saúde mais ágil e centrado no doente.
Enquanto profissional de saúde, Daniel Ferreira partilha que a IA já está a revolucionar a imagiologia, promovendo um processamento mais rápido e com melhor qualidade.
Contudo, existem vários desafios: forte regulamentação do setor, dificuldade de integração nos protocolos e procedimentos hospitalares e de adaptação aos sistemas de informação de cada hospital, a velocidade da evolução, a preocupação com a proteção de dados e cibersegurança, a ausência de vigilância no mercado, a gestão de preços para as tecnologias de saúde e, sobretudo, a necessidade de construir confiança. “Sem confiança, não há adoção destas tecnologias”, sublinhou Ricardo Baptista Leite, CEO da HealthAI.
Além disso, Daniel Ferreira acrescentou que, além da resistência ao novo, é necessário reforçar a literacia digital dos profissionais de saúde, para que possam otimizar a utilização destas ferramentas.
Da teoria à prática: IA como aliada da saúde
Mais do que aprender, é preciso pôr na prática e incluir a inteligência artificial na atividade clínica. Prova disso são os projetos convidados da Boehringer Ingelheim. Bruno Castilho venceu o BI Award com a Medgical AI, uma ferramenta que permite diminuir o tempo do médico dedicado à burocracia.
Já na saúde animal, Bruno Farinha demonstrou como a Petable aproxima a relação entre o tutor, o animal de companhia e o médico veterinário, enquanto Guilherme Coelho apresentou a MAVEN, que permite monitorizar remotamente a saúde do animal de companhia, promovendo uma abordagem mais preventiva e personalizada.
De olhos postos no futuro
Com uma visão para o futuro, Arlindo Oliveira destaca o potencial de evolução da inteligência artificial, tais como, engenharia de contexto, permitindo que se adaptem a diferentes áreas e setores, com terminologias e conceitos específicos; raciocínio adaptativo, dando a capacidade de estas tecnologias pensarem perante novas situações e novos dados que não aqueles em que foram treinados e agentes autónomos capazes de executar tarefas complexas.
Com vantagens e desafios, a inteligência artificial veio para ficar. Ainda assim, “apesar de a IA não substituir os médicos, vai substituir aqueles que não a utilizarem”, refere Bruno Castilho.
A Boehringer Ingelheim reforça, assim, o seu compromisso com uma inovação ética, segura e com impacto real, através de soluções tecnológicas que sirvam as pessoas.
Crédito imagem: Freepik















