Acabou de fazer uma hora de exercício no ginásio, queimou calorias, esforçou-se, suou as estopinhas. A sensação de satisfação e orgulho é grande. Neste momento, se tivesse que escolher um snack pós-treino, qual seria: mantinha-se na linha e optava por uma maçã ou cedia à tentação e satisfazia a gula com um brownie?
A verdade é que um lanchinho pode ameaçar desfazer as conquistas feitas com o treino. Mas a escolha depende da altura em que esta é feita, revela um novo estudo da Universidade de Nebraska-Lincoln.
Karsten Koehler, Christopher Gustafson e os colegas realizaram uma experiência com dois grupos de pessoas, a quem pediram que fizessem a sua rotina de exercícios normal.
Antes disso, no entanto, foi pedido aos membros do primeiro grupo que optassem entre uma maçã, um brownie ou não comer após a sessão de exercícios. Aos do outro grupo foi apresentada a mesma escolha, mas depois de já terem feito o treino.
Contas feitas, cerca de 74% dos participantes do primeiro grupo optaram por uma maçã, comparando com 55% daqueles que fizeram igual pedido, mas depois do treino feito. E enquanto apenas 14% do grupo pré-exercício optou pelo brownie, dois em cada dez participantes do segundo deixaram-se seduzir pelo chocolate.
O que, concluem os especialistas, sugerem que o melhor é fazer este tipo de escolhas com antecedência, aumentando assim a probabilidade de comer de forma mais saudável.
O quando influencia as escolhas
“Verificamos que havia muito pouca investigação sobre este tema, com qual muitos de nós nos podemos relacionar”, explica Koehler, professor assistente do Departamento de Nutrição e Ciências da Saúde.
“Se o seu objetivo é perder peso, então eu diria que as nossas descobertas sustentam que é melhor fazer a escolha… não quando está com fome, depois do treino, mas antes deste.”
Tanto a recomendação, assim como os dados que a sustentam, vão ao encontro de uma investigação mais vasta sobre a dinâmica entre o momento e a escolha dos alimentos.
Alimentação como compensação?
O estudo testou também outra teoria, a de que a alimentação serve como compensação, sugerindo que as pessoas consomem alimentos mais calóricos após o ginásio para compensar as calorias gastas durante o tempo passado no mesmo.
“Tem havido muitos estudos de laboratório que analisaram o apetite e a fome”, refere Koehler.
“A maioria destes estudos descobriu que, logo após o ginásio, as pessoas parecem ter menos fome. Sempre olhei para estes estudos e questionei se o impacto é assim tão grande que as pessoas dizem: como não estou com fome, vou fazer uma escolha realmente boa? Mas, conhecendo-me a mim e a muitos outros praticantes de exercício, tenho também a noção de que, depois do ginásio, queremos é uma recompensa”, acrescenta.
Apesar da aparente contradição, a equipa encontrou indícios de ambos. Embora modesto, o aumento de 6% na escolha dos brownies entre os grupos pré e pós-exercício vai de encontro à noção de alimentação compensatória.
Mas a ideia de que temos menos fome é clara: os 12% que, antes do exercício, não quiseram comer aumentou para 25% no grupo pós-exercício.