A generosidade é contagiosa, defende um novo estudo. O que significa que o que os outros fazem tem uma grande influência na nossa resposta.
As conclusões vêm da Universidade de Stanford e de Harvard, nos EUA. Foi lá que um grupo de investigadores, liderados pelos psicólogos Jamil Zaki e Erik Nook confirmaram que a compaixão não é apenas uma resposta individual, mas resulta muito daquilo que nos rodeia.
Trocado por miúdos, se alguém sabe que o vizinho do lado agiu de forma solidária, a probabilidade de o fazer é muito grande.
“Esta descoberta vai de encontro à ideia de que a empatia não é uma resposta automática e involuntária às emoções dos outros”, revelam os investigadores, num artigo publicado na revista Personality and Social Psychology Bulletin.
Seguir o exemplo dos outros
Foram cinco as experiências feitas, que confirmaram esta teoria. Uma delas recrutou online 82 pessoas, informadas sobre a existência da InnVision Shelter Network, uma organização que fornece alojamento, recursos e aconselhamento a sem-abrigo no norte da Califórnia e divididas em dois grupos.
E aqueles que acreditavam que outros tinham respondido empaticamente doaram mais para esta organização. Ao todo, 31% das pessoas sacrificaram metade do seu rendimento potencial para apoiar os sem-abrigo, comparando com 12% dos que estavam no grupo dos menos empáticos.
“As pessoas não apenas relatam sentir mais empatia quando observaram as respostas empáticas dos outros”, concluem os cientistas, “mas também agiram com base nessa empatia, ajudando os mais necessitados”.
Receita para conquistar mais donativos
Para os especialistas, restam poucas dúvidas que a perceção da empatia cria generosidade e vice-versa. Resultados que importa ter em conta, sobretudo para quem está a tentar inspirar atitudes e comportamentos mais altruístas, como instituições de caridade que tentam atrair doadores.
Convencê-los a abrir os cordões à bolsa deve ser mais fácil se acreditarem que estão a seguir os passos dos seus amigos e vizinhos.
