O que acontece aos altruístas, aqueles que fazem mais sacrifícios em benefício dos outros? De acordo com um novo estudo, de origem sueca e norte-americana, têm mais filhos e recebem salários mais elevados.
“O resultado é claro, tanto para os dados norte-americanos, como para os europeus. As pessoas mais altruístas têm mais filhos e as moderadamente generosas recebem os salários mais altos”, confirma Kimmo Eriksson, investigador do Centro de Evolução Cultural da Universidade de Estocolmo, um dos autores do estudo.
E para que tem dúvidas, o altruísmo é aqui definido como o desejo de ajudar os outros apenas por uma questão de preocupação com o seu bem-estar.
Não é a primeira vez que a generosidade é alvo de análise e vários outros estudos já confirmaram que as pessoas altruístas são mais felizes e têm melhores relações sociais. No entanto, este trabalho inova ao lançar um olhar sobre o tema sob um ponto de vista económico e evolutivo.
Resultados contrariam perceção geral
Nesta colaboração entre investigadores suecos e norte-americanos, foi avaliada a forma como o egoísmo se relaciona com o rendimento e a fertilidade. E foram também analisadas as expectativas das pessoas.
“Os resultados mostraram que as pessoas geralmente têm a expectativa correta de os egoístas têm menos filhos, mas acreditam, erroneamente, que ganham mais dinheiro. É bom ver que a generosidade muitas vezes compensa a longo prazo”, refere Pontus Strimling, outro dos autores do trabalho.
Para já, são estas as conclusões. Trabalhos futuros irão ajudar a “aprofundar as razões pelas quais pessoas generosas ganham mais, e verificar se a ligação entre altruísmo, salários mais altos e mais filhos também existe noutras partes do mundo”, acrescenta Brent Simpson, coautor do estudo.