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Paredes decoradas nas salas de aula podem prejudicar a aprendizagem

sala de aulas com crianças
 

O que é que as paredes das salas de aula têm a ver com a atenção dos alunos? Um estudo nacional confirma que uma coisa está relacionada com a outra. E que os desenhos, fotos, objetos e muito mais que costuma dar cor a estas salas pode estar a prejudicar a forma como as crianças aprendem.

Realizado por um grupo de psicólogos do Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (CINTESIS) do Departamento de Educação e Psicologia da Universidade de Aveiro e com honras de publicação na revista científica Journal of Experimental Child Psychology, o trabalho envolveu um grupo de 64 crianças de várias escolas do concelho de Aveiro, com idades entre os oito e os 12 anos.

A cada criança foram dadas tarefas, depois avaliadas pelos especialistas tendo em conta a atenção e a memória em duas sessões experimentais. Numa destas foram sentadas a uma mesa, rodeadas por 24 imagens que lhes eram apelativas, distribuídas numa plataforma branca.

Na outra, a mesma mesa encontrava-se enquadrada num cenário de cor branca, sem qualquer elemento visual exposto.

Experiência que permite concluir que, em geral, o desempenho das crianças nas tarefas cognitivas foi significativamente melhor no segundo caso. Em concreto, “as crianças tiveram melhor performance nas duas tarefas de memória e mais respostas corretas nas duas tarefas de atenção quando estavam expostas à plataforma livre de elementos distratores do que quando esta continha as imagens”.

Um ambiente distrativo

Conclusões que levam os investigadores a afirmar que as paredes cobertas de desenhos e afins proporcionaram um “ambiente terá sido mais distrativo para as crianças em relação ao ambiente isento de elementos visuais”.

Ainda que faltem outras certezas, os dados sugerem, segundo Pedro Rodrigues, um dos autores do estudo, “que a presença de determinados elementos visuais nas salas de aula poderá constituir-se como fonte de distração e prejudicar a aprendizagem das crianças”.

Porque o trabalho não se fica por aqui, não há ainda recomendações a fazer, mas os especialistas acreditam que este foi “um primeiro passo muito importante”.

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