Não só as mulheres parecerem estar mais protegidas contra a doença de Parkinson do que os homens, como esta patologia apresenta ainda uma evolução diferente, consoante os sexos, com benefícios para o sexo feminino.
É um estudo esloveno que apresenta as provas neurofisiológicas que confirmam que a doença de Parkinson apresenta uma evolução diferente nas mulheres e nos homens.
“Estudos demográficos revelaram que os homens têm uma propensão duas vezes maior de serem afetados pela doença do que as mulheres. No entanto, não era claro se existia uma fisiopatologia específica do sexo assim que os primeiros sintomas apareciam”, refere Maja Kojovic, especialista do Centro Médico da Universidade de Liubliana, na Eslovénia.
O sexo pode ser um fator de escolha para o tratamento
Foram estudados 39 novos doentes diagnosticados com o problema, 23 dos quais homens e 16 mulheres, utilizando a Escala unificada de avaliação da doença de Parkinson, uma ferramenta de avaliação abrangente para os efeitos adversos da doença.
Posteriormente, mediram-se vários parâmetros no grupo de doentes e num grupo de controlo saudável, tendo sido identificadas diferenças entre os sexos.
“As diferenças específicas dos sexos que pudemos mostrar nestas medidas são evidências de diferenças fisiopatológicas numa fase inicial da doença de Parkinson não tratada. O sexo também pode ser um fator relevante para a escolha da terapêutica”, conclui a especialista.
Doença afeta cerca de 20 mil homens e mulheres em Portugal
Definida como uma doença neurológica degenerativa e progressiva, a doença de Parkinson caracteriza-se pela morte de células nervosas (neurónios) de uma zona do cérebro, responsáveis pela produção de uma substância química denominada dopamina, que facilita a coordenação dos músculos corporais e do movimento.
Tremores, rigidez muscular e movimentos mais lentos são os três principais sintomas de um problema que afeta quase 20 mil pessoas em Portugal.