Uma em cada três mulheres em Portugal e no mundo sofre algum tipo de violência ao longo da vida. Por isso, a Associação Corações com Coroa (CCC) e a Associação para a Cooperação sobre População e Desenvolvimento (P&D Factor) apresentam uma campanha conjunta que assinala o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres.
As realidades da violência doméstica, da mutilação genital feminina, do assédio sexual, dos casamentos infantis e das mulheres migrantes e refugiadas são os temas desta campanha, que reúne as mensagens de mulheres lideres como Maria de Lourdes Monteiro, da Associação das Mulheres Caboverdianas na Diáspora em Portugal, Fatumata Djau Baldé, do Comité Nacional para o Abandono das Práticas Nefastas da Guiné-Bissau, Luzia Moniz, da Plataforma para o Desenvolvimento da Mulher Africana, Marina Pignatelli, da P&D Factor e Catarina Furtado, presidente da CCC.
A campanha chama especial atenção para o facto de a violência sobre as mulheres de todas as idades e países ser uma pandemia silenciosa, onde a vítima não é responsável pela violência, mas sim o agressor; onde a mutilação genital feminina não é um direito, é crime; onde é preciso prevenir e transformar padrões de comportamento, porque ser chefe não é ser dono e ao casamento infantil, que corresponde à violação do presente e do futuro de uma menina, não se chama amor.
Partindo dos factos e realidades que conhece, Catarina Furtado é a voz que lembra que: “a violência doméstica silencia, magoa, destrói e mata. A mutilação genital feminina marca o corpo e o futuro de mais de 2 milhões de meninas e mulheres em todo o mundo. as mulheres são as principais vítimas de assédio sexual: no trabalho, na escola, na rua, nas redes sociais… onde estiverem. Todos os dias, 33.000 meninas no mundo são obrigadas a casar. As mulheres e as crianças são utilizadas como armas nas guerras e conflitos; representam metade da população deslocada no mundo”.