
Embora tenham sido grandes os avanços feitos no sentido de reduzir o número de vítimas de doenças cardiovasculares nas últimas duas décadas, o progresso tem sido mais lento na melhoria dos fatores de risco e das taxas de mortalidade entre as mulheres com menos de 50 anos. É por isso que se aconselham as mulheres a serem mais proativas em relação à saúde do seu coração, todos os dias, reconhecendo os sinais de um enfarte, entendendo os fatores de risco e fazendo alterações ao estilo de vida que promovam a saúde.
É importante ter em atenção três coisas sobre a saúde do coração das mulheres:
1. Os sintomas podem diferir entre homens e mulheres.
Os sintomas de enfarte podem variar entre homens e mulheres. A dor no peito continua a ser o principal sintoma de doenças cardíacas para ambos os sexos, mas nas mulheres pode não ser o único ou o sintoma predominante, de acordo com Rekha Mankad, cardiologista e diretora da Mayo Clinic Women’s Heart Clinic.
“A dor no peito está lá, mas pode estar também na mandíbula, irradiar para as costas ou subir pelo pescoço. Uma mulher pode ter falta de ar, sentir-se mal do estômago ou começar a suar muito”, refere a especialista. “As mulheres que sofrem um enfarte podem estar cansadas e muitas vezes têm uma sensação avassaladora de desconforto – de que algo não está bem.”
Embora não devam ignorar esses sintomas, costumam fazê-lo porque não acreditam que podem estar a sofrer um enfarte.
2. Conheça os fatores de risco.
Os fatores de risco tradicionais para as doenças cardíacas e AVC incluem idade, sexo, pressão alta, diabetes, um perfil preocupante de colesterol e tabagismo. E Mankad considera que, embora as pessoas não possam fazer nada para impedir o envelhecimento, podem lidar com vários outros fatores de riscos.
As mulheres têm maior probabilidade de sofrer de pressão alta à medida que envelhecem, por isso é importante observar as alterações na pressão arterial ao longo do tempo, que podem sobrecarregar o coração, as artérias e os rins e aumentar o risco de acidente vascular cerebral. Mulheres com diabetes e mulheres que fumam têm mais risco de doenças cardíacas do que os homens.
Um perfil de colesterol rico em lipoproteínas de baixa densidade, também conhecido como LDL ou “colesterol mau”, e triglicerídeos, que são gorduras no sangue, aumenta o risco de doenças cardíacas para ambos os sexos. O colesterol alto pode levar a depósitos de gordura nos vasos sanguíneos, capazes de bloquear o fluxo sanguíneo através das artérias ou até mesmo romper e formar um coágulo que provoque um enfarte ou AVC.
Mankad diz também que as mulheres devem prestar atenção a complicações como diabetes gestacional ou pressão arterial elevada durante a gravidez ou parto prematuro, pois estes são marcadores de risco elevado de doença cardíaca mais tarde na vida. Qualquer um destes fatores de risco deve ser partilhados e discutidos com um profissional de saúde.
3. Seja proativa na prevenção das doenças cardíacas.
As constantes exigências associadas ao trabalho e hábitos de vida moderna podem fazer com que as mulheres sintam que lhes resta pouco tempo para qualquer outra coisa. Mas priorizar o autocuidado tem um efeito cascata. Mankad diz que, muitas vezes, quando as mulheres se tornam mais saudáveis e cuidam das suas próprias necessidades, todos os outros membros da família ficam também mais saudáveis.
Embora as pessoas possam não ser capazes de controlar todos os fatores de risco para as doenças cardiovasculares, a American Heart Association sugere usar que se controle a pressão arterial, o colesterol, reduza o açúcar no sangue, viva uma vida ativa com atividade física diária, tenha uma dieta saudável, perca peso e pare de fumar.
“Seja saudável para a sua família ou estabelecendo uma meta pessoal, encontre o que a motiva e use-o para se manter no caminho certo”, afirma a cardiologista. “Parar de fumar é uma das melhores coisas que pode fazer pelo seu coração. As mudanças mais sustentáveis geralmente começam por pequenos passos. Apenas 10 minutos de caminhada ou atividade por dia podem melhorar o humor e iniciar um hábito saudável. Substituir um alimento processado por grãos integrais, frutas ou vegetais mais nutritivos e escolher azeite em vez de óleos hidrogenados têm um impacto positivo na saúde do coração a longo prazo.”