Uma em cada quatro pessoas está em risco de vir a sofrer um AVC ao longo da vida. A mensagem ilustra o Dia Mundial do AVC, que se assinala a 29 de outubro, mas não está sozinha. De acordo com a World Stroke Organization (WSO), à qual se associa a Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral (SPAVC), este destino não é inevitável: é possível prevenir o AVC e, na maior parte dos casos, de uma forma simples.
“O AVC continua a ser a principal causa de mortalidade e incapacidade permanente no nosso país”, refere a propósito José Castro Lopes, presidente da direção da SPAVC.
“Por hora, três portugueses são vítimas de um AVC. Destes, um deles não sobreviverá. Dos restantes, 50% ficará com incapacidade de grau variável.”
Mas ainda que esta seja “uma doença gravíssima”, o especialista recorda que se pode prevenir e tratar. Nesse sentido, “diariamente e durante todo o ano, devem ser postas em prática as medidas de prevenção amplamente divulgadas pela SPAVC através das mais variadas ações. Estas medidas dizem respeito ao combate aos fatores de risco de AVC, devendo salientar a hipertensão arterial, o tabagismo, a diabetes, o sedentarismo, e a fibrilhação auricular (arritmia cardíaca)”.
Medidas simples para reduzir o risco de AVC
Sob o mote ‘Don’t be the one’ (‘Não seja essa pessoa’), a WSO e a SPAVC aproveitam esta data para recordar alguns dos passos que podem contribuir para a prevenção do AVC.
Medir regularmente e controlar a pressão arterial é um deles, medida que se faz acompanhar pela redução da quantidade de sal adicionada aos alimentos, uma vez que 30% dos AVC podem ser prevenidos baixando a pressão arterial.
Deixar de fumar é fundamental. É que aqueles que se liberam do vício dos cigarros podem reduzir o AVC em 35%.
Controlar a diabetes e o colesterol estão também na lista, assim como a prática de atividade física regular, ou seja, o combate ao sedentarismo. E 30 minutos de exercício diário podem ser suficientes para reduzir o risco de AVC em 20%.
Controlar o peso, já que a obesidade aumenta o risco vascular, é outra das medidas aconselhadas, o que passa pelo aumento do consumo de vegetais, mantendo uma dieta equilibrada.
Desta lista fazem ainda parte a deteção precoce da fibrilhação auricular, verificando periodicamente se as pulsações cardíacas são rítmicas, através da palpação do seu pulso e limitar o consumo de bebidas alcoólicas, uma vez que o álcool eleva a pressão sanguínea e aumenta o risco de AVC.
“Prevenir para evitar é melhor que tratar”, refere o presidente da SPAVC, que deixa um repto à população: “a prevenção está nas vossas mãos. Sejam pró-ativos!”.