Quatorze bebidas por semana, ou seja, um consumo excessivo de álcool, está associado a um maior risco de problemas de saúde, incluindo AVC e embolia, nas pessoas com fibrilhação auricular, revela um estudo publicado no EP Europace, um jornal da Sociedade Europeia de Cardiologia.
“O nosso estudo sugere que pessoas com fibrilhação auricular devem evitar o consumo abusivo de álcool para prevenir AVC e outras complicações”, refere Boyoung Joung, da Yonsei University College of Medicine, em Seul, na Coreia do Sul e principal autor do estudo.
O trabalho incluiu 9,411 pessoas com fibrilhação auricular de 18 hospitais, divididas em quatro grupos, de acordo com seu consumo semanal de álcool (uma bebida contém 14 gramas de álcool): abstémio/raro (0 gramas/menos de uma bebida), ligeiro (menos de 100 gramas/7 bebidas), moderado (100- 200 gramas/7–14 bebidas) e pesado (200 gramas/14 bebidas ou mais).
Um total de 7.455 (79,2%) pessoas foram classificadas como abstémias, 795 (8,4%) como ligeiras, 345 (3,7%) como moderadas e 816 (8,7%) como consumidoras excessivas de álcool.
Acompanhados ao longo de uma média de 17,4 meses para eventos adversos, que incluíram AVC, ataque isquémico transitório, embolia sistémica (um coágulo de sangue num membro ou órgão) e hospitalização, os investigadores registaram os que experimentaram qualquer um destes eventos e calcularam o número de eventos por 100 pessoas-ano, que foi de 6,73 nos que bebiam raramente, 5,77, nos consumidores ligeiros, 6,44, nos moderados e 9,65 nos pesados.
Comparando estes dados, foi possível verificar que consumir álcool de forma excessiva foi associado a um risco aumentado de 32%, em comparação com os abstémios. O que leva o autor do estudo a afirmar, sem dúvidas, que “o consumo excessivo de álcool deve ser evitado”.
O melhor conselhos para os doentes com fibrilhação auricular
Olhando para os subgrupos de doenças, percebeu-se que o impacto do consumo excessivo de álcool foi mais pronunciado nas pessoas com baixo risco de AVC, assim como se assistiu a uma maior probabilidade de desfechos desfavoráveis em pessoas sem hipertensão, mas que bebiam muito.
“As descobertas indicam que beber de forma excessiva é particularmente prejudicial para as pessoas com fibrilhação auricular, que são consideradas menos vulneráveis a complicações. Os médicos devem perguntar aos doentes sobre o seu consumo de álcool e ter isso em consideração ao calcular o risco de AVC.”