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Ajudar os doentes a prepararem corpo e mente para a cirurgia compensa, sugere estudo

cirurgia

Não custa muito dinheiro nem exige muito em termos de implementação, mas o programa que especialistas norte-americanos sugerem para ajudar os doentes cirúrgicos a prepararem-se física e mentalmente para uma operação consegue reduzir os custos gerais e fazer com que tenham alta mais cedo.

Segundo uma investigação recente, que envolveu centenas de pessoas de 21 hospitais do Michigan, nos Estados Unidos, a chamada “pré-reabilitação” usa as semanas que antecedem a cirurgia para incentivar os doentes a mexerem-se mais, comerem de forma mais saudável, reduzirem o tabaco e o stress e a concentrarem-se nos seus objetivos após a cirurgia.

Em 2017, depois do primeiro teste realizado com doentes cirúrgicos da Universidade do Michigan, a abordagem mostrou sinais de redução dos custos médicos totais associados ao atendimento ao doentes e do tempo de permanência no hospital. O novo estudo confirma estes resultados a uma maior escala.

Publicado no Journal of American College of Surgeons, o trabalho tem por base dados de 523 doentes que passaram pela “pré-cirurgia” e mais de 1.000 que não tiveram acesso a esta.

O estudo revela que a ‘pré-reabilitação’ permitiu aos doentes deixaram o hospital um dia antes, sendo maior a probabilidade de irem diretamente para casa, em comparação com outros doentes.

A esta vantagem juntam-se os custos totais para todos os cuidados até três meses após a cirurgia, que foram, em média, quase menos 3.200 dólares.

Segundo Michael Englesbe, líder do departamento de cirurgia da Universidade do Michigan, é agora reconhecido “que o treino da pré-cirurgia pode funcionar em parte porque permite que o doente se envolva na sua própria recuperação”, acrescenta Englesbe. “A capacitação dos doentes é o ‘ingrediente secreto’ e esperamos aproveitá-lo ainda mais.”

Menos tempo no hospital após cirurgia

O novo estudo concentrou-se nos doentes em maior risco de complicações após a cirurgia, na sequência de uma combinação de problemas de saúde subjacentes, com uma idade média de 70 anos e submetidos a intervenções comuns.

Inscritos no programa, receberam materiais sobre a importância de uma melhor nutrição, cessação tabágica, adoção de pensamentos positivos, definição de objetivos e redução do stress na preparação pré-operatória.

Receberam também um pedómetro para rastrear os seus passos e um espirómetro, para incentivo a que praticassem respirações profundas, para melhorar a sua função pulmonar antes e após a cirurgia.

No total, 62% caminharam três ou mais vezes por semana, com a equipa do programa a contactar os doentes que não o fizeram, para os incentivar.

Embora estes doentes tivessem apenas estado no programa em média duas semanas e meia antes da cirurgia, a iniciativa foi associada a alterações estatisticamente significativas em várias medidas.

Além das diferenças de custo total e tempo de permanência no hospital, estes doentes tinham menos probabilidade de precisarem de cuidados de saúde em casa depois do regresso.

Para todas as pessoas que se estejam a preparar para fazer uma cirurgia, o especialista aconselha a que tentem aumentar a sua atividade física, melhorar a sua nutrição, reduzir ou eliminar o uso de tabaco e concentrarem-se no seu estado mental.

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