O Serviço de Urologia do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS), em Penafiel, tem a maior experiência nacional de cirurgia renal mini-invasiva com recursos a uma técnica ainda menos invasiva que a laparoscopia tradicional, a retroperitoneospia.
Trata-se de uma abordagem direta do rim, através da região lombar, usando três ou quatro orifícios muito pequenos. Comparada com a cirurgia laparoscópica tradicional, esta é uma técnica cirúrgica menos invasiva, pois evita usar a cavidade abdominal.
Nos últimos oito anos, cerca de 300 doentes foram intervencionados com recurso a esta técnica, “com benefícios significativos em termos de recuperação pós-operatória”, lê-se num texto partilhado pelo hospital, uma vez que o doente tem menos dores e há ainda uma redução do tempo de internamento hospitalar.
Muitos destes doentes, operados a tumores ou outras doenças renais graves, tiveram alta no dia seguinte ou dois dias após a cirurgia.
“É uma cirurgia mais difícil do que a cirurgia laparoscópica tradicional, pois a área de trabalho é mais reduzida. Não sendo, por isso, uma cirurgia banal, é uma técnica com uma curva de aprendizagem longa que exige a realização de vários cursos de preparação em Estrasburgo e Bordéus”, explica Joaquim Lindoro, diretor do serviço de Urologia.
Novo avanço na cirurgia renal mini-invasiva
Recentemente, o serviço de Urologia daquela instituição deu mais um passo na diferenciação desta técnica, pouco usada em Portugal, ao realizar pela segunda vez, com êxito, a remoção de um tumor da glândula suprarrenal, órgão abdominal de localização muito profunda, entre o rim e o fígado. E isto sem necessidade de atravessar a cavidade abdominal, tendo a cirurgia durado pouco mais de duas horas.
Para o presidente do Conselho de Administração daquela unidade, Carlos Alberto, “este é mais um exemplo de como, apesar da pandemia COVID-19, se mantém sempre presente a necessidade de tratar os outros doentes, sem deixar ninguém para trás”.