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Especialistas testam ondas sonoras para eliminar pedras nos rins de forma rápida e sem dor

pedras nos rins

Quem as tem sabe bem o que podem significar. As pedras no rins podem ser incómodas e sobretudo muito dolorosas. Mas uma técnica inovadora, chamada litotripsia por ondas de explosão (BWL), pode vir a ser uma alternativa eficaz e mais acessível ao tratamento não invasivo dos cálculos renais.

Utilizando rajadas de ultrassons para partir estas incómodas pedras, a BWL fornece uma nova abordagem promissora para evitar os elevados custos em saúde associados ao tratamento dos cálculos renais, de acordo com o trabalho de Jonathan Harper, especialista da Escola de Medicina da Universidade de Washington. “A nova tecnologia BWL fragmentou com sucesso em pedaços de menos de dois milímetros, em 10 minutos, pedras nos rins de vários tamanhos, locais e densidades, com lesão tecidual insignificante.”

As pedras nos rins são, de facto, um problema comum. E embora muitas sejam expulsas sozinhas, por vezes são necessários outros tratamentos. Algumas pedras, bastante pequenas, podem ser tratadas usando uma técnica chamada litotripsia extracorpórea por ondas de choque (ESWL), que recorre a ondas de choque para partir as pedras, tornando mais fácil a sua expulsão. Um procedimento realizado num hospital ou clínica, normalmente com o doente sedado.

Ao contrário das ondas de choque usadas na LECO, o procedimento BWL usa “explosões harmónicas curtas” de energia de ultrassons, potencialmente permitindo que as pedras nos rins sejam partidas de forma mais rápida e sem a necessidade de sedação ou anestesia. E o melhor é que os estudos pré-clínicos parecem confirmar a sua eficácia.

Harper e os colegas realizaram agora a avaliação em pessoas com cálculos renais, que foram submetidas a um procedimento cirúrgico, a ureteroscopia, usado para tratar cálculos maiores. Antes desse tratamento, as pedras foram sujeitas a BWL durante não mais de 10 minutos. E com recurso ao ureteroscópio, os investigadores puderam observar diretamente o quão bem as ondas funcionavam a partir as pedras nos rins, além de observar a existência ou não de lesão nos tecidos renais.

No estudo, a BWL foi usada em 19 pessoas para atingir 25 cálculos confirmados. E, no geral, 39% dos cálculos ficaram completamente fragmentados, enquanto 52% parcialmente fragmentados.

A maioria dos fragmentos de pedra media menos de dois milímetros, sendo pequenos o suficiente para serem facilmente capazes de ser expulsos por conta própria, sem muita dor. E o exame através do ureteroscópio mostrou lesão tecidual ligeira ou inexistente relacionada.

A BWL pode ser um importante avanço prático na gestão dos cálculos renais. Muitos doentes fazem várias visitas à urgência enquanto aguardam o tratamento definitivo dos seus cálculos, o que exige opioides para o controlo da dor. Alguns requerem tratamento repetido, mesmo após cirurgia. “A capacidade de partir as pedras nos rins de forma não invasiva e expelir os fragmentos na primeira visita à urgência tem o potencial de fornecer tratamento atempado, levando a uma redução da dor geral, custo e sobrecarga de recursos associados a uma pedra”, escrevem os especialistas.

Os novos resultados “são um passo em direção a uma litotripsia em consultório em doente acordados”, concluem.

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