
Os resultados de um novo relatório do Economist Impact destacam o peso crescente da ‘epidemia’ de doença renal crónica em Portugal e a necessidade urgente de tomar medidas. O relatório identifica a necessidade de políticas para deteção precoce e intervenção, com o objetivo de ajudar a gerir a doença.
A prevalência da doença renal crónica está a ultrapassar a de outras doenças, mais reconhecidas e não transmissíveis, e está a criar uma carga socioeconómica significativa e crescente, apesar de continuar a ser subdiagnosticada e sub-reconhecida.
A doença renal crónica afeta 5.663 pessoas por cem mil habitantes em Portugal, mostram os dados do relatório, extraídos de um programa de investigação aprofundada mais amplo realizado pelo Economist Impact em 10 países europeus, incluindo Portugal, com o apoio da AstraZeneca.
Os dados sobre o nosso país dão conta de custos anuais elevados, por doente, com os tratamentos para a doença renal crónica em fase terminal (em dólares, dados de 2016) a chegar aos 32.846 dólares para hemodiálise, 32.109 para diálise peritoneal, 105.183 dólares no primeiro ano após o transplante de rim e 11.133 dólares, por doente, nos anos seguintes após o transplante.
O relatório oferece uma série de recomendações políticas destinadas a reduzir o impacto da doença renal crónica e a beneficiar doentes, profissionais de saúde e sistemas de saúde. Algumas destas recomendações incluem:
– Sensibilização do público, profissionais de saúde e decisores políticos;
– Programas de deteção precoce orientados para populações de alto risco;
– Adoção e adesão a diretrizes clínicas para a gestão das melhores práticas de gestão da doença;
– Adoção mais generalizada de inovações digitais na área da deteção, monitorização e tratamento da doença renal crónica;
– A criação de registos de doentes e uma melhor utilização dos dados recolhidos através dos registos de saúde eletrónicos e dos registos existentes.