Scroll Top

Portugal fez o primeiro transplante renal cruzado internacional

transplante renal cruzado

Poucos dias antes de o País ter entrado no Estado de Emergência devido à pandemia, realizava-se por cá o primeiro transplante renal cruzado internacional, ou seja, um transplante que acontece quando há um dador disponível para dar um rim, mas não é compatível com a pessoa que quer ajudar. Nestes casos, procuram-se pares na mesma situação e quando há compatibilidade avança-se para a troca. 

Em março estiveram envolvidos no cruzamento o Centro Hospitalar Universitário do Porto e a Fundación Puigvert de Barcelona, Espanha.

Em comunicado, o Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST), revela que, em 2019, o programa de doação renal cruzada, dirigido a doentes com grandes incompatibilidades imunológicas, permitiu e realização de seis transplantes de dador vivo em dois ciclos de três transplantes cada um.

Programa de transplante renal cruzado já beneficiou 24 doentes

Foi em 2010 que, por cá, se criava o Programa Nacional de Doação Renal Cruzada, “um dos marcos da doação em vida em Portugal”, que conta com a participação de mais de 120 pares dador-recetor e que, desde início, beneficiou com transplantes 24 doentes.

Um programa que tem por base o intercâmbio de rins de dadores vivos entre dois ou mais pares que não são compatíveis entre si. 

“O transplante renal cruzado é uma modalidade terapêutica bem desenvolvida em países com elevada atividade de transplante renal de dador vivo, como é o caso da Austrália, Canadá, Coreia do Sul, Estados Unidos, Holanda ou Reino Unido, que realizam este tipo de procedimentos há muito tempo com excelentes resultados”, refere o IPST.

A longo do tempo, ainda de acordo com a mesma fonte, “o programa tem-se desenvolvido, adaptando-se à complexidade dos doentes”, o que deu origem à sua internacionalização, feita ao abrigo da South Alliance for Transplants, envolvendo os pares dador-recetor de Portugal, Espanha e Itália.

“Com a internacionalização do programa pretende-se aumentar a possibilidade dos pares dador-recetor, incluídos nos registos nacional de transplante cruzado, encontrarem uma combinação adequada”, lê-se no comunicado do IPST, que acrescenta que, “quanto mais pares dador-recetor participarem num cruzamento, maior a sua heterogeneidade genética, maiores são as opções para efetivar a doação e o intercâmbio renal”.

Neste caso concreto, uma aeronave C-295M, da esquadra 502 – “Elefantes”, descolou da Base Aérea n.º 6, no Montijo, em direção ao aeroporto Sá Carneiro, no Porto, onde recolheu o par para transplante do Centro Hospitalar Universitário do Porto. Dirigiu-se, em seguida, para Barcelona, tendo regressado novamente ao Porto, com os respetivos rins para transplante. 

Posts relacionados