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Utentes de Lamego unem-se em petição que pede abertura de clínica de hemodiálise

hemodiálise

Na sequência da decisão da Administração Regional de Saúde do Norte (ARS Norte) de não aprovar o licenciamento de uma clínica de hemodiálise recentemente construída e pronta a funcionar em Lamego, o que obriga muitos doentes renais crónicos da região a deslocações desnecessárias, para receberem o tratamento de hemodiálise que lhes salva a vida, os utentes daquele concelho decidiram unir-se em torno de uma petição que exige a abertura da clínica e o reforço do acesso dos doentes aos cuidados de saúde de qualidade de que necessitam.

Apesar de existir em Lamego um Centro de Responsabilidade Integrada em Diálise, na Unidade Hospitalar de Lamego, segundo os utentes locais este “não responde às necessidades”, pelo que abertura da clínica, que já está construída, “aliviaria assim a pressão sobre os doentes que atualmente têm de viajar longas distâncias para tratamento, agravando muitas vezes as suas condições de saúde”.

De facto, e tendo em conta que a hemodiálise tem de ser feita, no mínimo, três vezes por semana, um conjunto de doentes de Lamego terão de percorrer cerca de 300 quilómetros por semana, número que sobe para os 1.200 todos os meses, o que obriga a perder, só em deslocações, cerca de 75 minutos diários, quase 4 horas por semana e 15 horas por mês.

O acesso oportuno à hemodiálise é essencial para o tratamento das doenças renais, pelo que uma clínica local “reduziria significativamente os atrasos no tratamento, promovendo melhores resultados de saúde e melhorando a qualidade de vida geral dos doentes e familiares”.

A petição está disponível aqui e o apelo deixado é simples: mais assinaturas aumentam a força desta voz coletiva.

Hemodiálise: Portugal com destaque pela negativa

Recorde-se que a doença renal crónica é um problema de saúde que, segundo as estimativas, afeta 8% a 10 % da população mundial. Em Portugal, segundo os dados do último relatório do Gabinete do Registo da Doença Renal Crónica da Sociedade Portuguesa de Nefrologia, referentes a 2021, Portugal é o país europeu com mais doentes a entrar em hemodiálise por ano e o 8.º país do mundo com os piores números.

Para alertar para este problema e sobretudo chamar a atenção para a importância da prevenção e diagnóstico precoce, a DaVita Portugal realiza, no próximo dia 14 de março, Dia Mundial do Rim, em parceria com a Universidade Sénior Jerónimo Cardoso e da Santa Casa da Misericórdia de Lamego, uma sessão de rastreios entre as 10h00 às 13h00 e das 14h às 16h. A participação é gratuita e destinada a toda a população, sobretudo os maiores de 65 anos.

O rastreio, que será realizado por equipas de médicos nefrologistas e enfermeiros de hemodiálise das Clínicas DaVita, inclui a avaliação da pressão arterial, frequência cardíaca, glicemia capilar, peso e altura e presença de proteínas na urina e ainda a partilha de informação, nomeadamente em relação aos fatores de risco para o desenvolvimento da doença renal crónica, como a hipertensão arterial, a doença cardiovascular, a diabetes, o excesso de peso ou a obesidade.

Credito imagem: iStock

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