Há muito que a Sociedade Portuguesa de Transplantação o reclamava, como forma de reconhecimento aos dadores e famílias e aos profissionais de saúde, e ainda para recordar à sociedade que a doação de órgãos ajuda a salvar a vida ou contribui para melhorar a qualidade de vida de muitos doentes. Nesse sentido, o Governo decidiu instituir o dia 20 de julho como Dia Nacional da Doação de Órgãos e da Transplantação.
O diploma que o torna oficial foi publicado esta sexta-feira (28), em Diário da República. No documento, é reforçada a importância da transplantação de órgãos para a saúde dos doentes, “na medida em que oferece grandes benefícios terapêuticos e é, em situações de falência terminal de órgãos, o único tratamento disponível”.
E é ainda salientado que a disponibilidade de órgãos para transplantação “depende exclusivamente da generosidade dos cidadãos, da sua predisposição para a dádiva voluntária e gratuita em vida ou após a morte”.
“A doação de órgãos é um gesto de extremo altruísmo, um dos maiores atos de generosidade entre os seres humanos.”
50 anos de transplantação em Portugal
Realizado com rim de dador vivo, o primeiro transplante de órgãos em Portugal foi feito no dia 20 de julho de 1969, nos Hospitais da Universidade de Coimbra, por uma equipa médica liderada pelo Professor Linhares Furtado.
Mais de uma década depois, em 1980, foram feitos os primeiros transplantes com rim de dador falecido. Sucederam-se outros transplantes de órgãos, fígado, coração, pâncreas, pulmão, bem como transplantes de tecidos e células.
Nos últimos 30 anos a transplantação em Portugal tem tido um desenvolvimento notável, assistindo-se a um aumento progressivo dos níveis de doação e a uma evolução técnica e organizacional que colocaram Portugal na vanguarda da transplantação mundial.