As prioridades de vacinação para a Covid-19 foi alvo de debate no XV Congresso Português de Transplantação, um evento que decorreu, em formato virtual, entre 24 a 26 de março. Organizado pela Sociedade Portuguesa de Transplantação (SPT), o congresso contou com cerca de 400 especialistas da área da transplantação, incluindo especialistas brasileiros, canadianos, espanhóis, entre outros, que defendem que os doentes transplantados devem fazer parte das listas de prioritários.
Foram abordadas várias temáticas de todas as áreas da transplantação como transplante de rim, fígado, coração, pulmão, coordenação e de tecidos.
Em tempos de pandemia não podiam deixar de se abordar as questões de ética, os números da transplantação, as medidas para mitigar o efeito da pandemia na transplantação e claro a questão da vacinação dos doentes transplantados.
Foi unânime a perplexidade perante o facto dos doentes transplantados não terem sido ainda considerados grupo prioritário para a vacinação.
O risco acrescido para estes doentes, quer pela imunossupressão quer pelas comorbilidades que apresentam, condiciona um aumento da mortalidade por Covid-19 que pode atingir os 30%, dependendo do tipo de transplante.
A SPT à semelhança de várias sociedades científicas internacionais, volta a alertar para a importância destes doentes serem incluídos como grupo prioritário nos planos de vacinação, um parecer que esta sociedade médica já endereçou às autoridades competentes há várias semanas, encontrando-se ainda a aguardar uma resposta.