Chama-se cápsula endoscópica e é usada como forma de diagnóstico em alguns problemas de saúde. Trata-se de uma pequena cápsula com uma câmara incorporada, que vai captando imagens do tubo digestivo desde que é deglutida até ser expelida. O seu uso tem sido uma aposta o Serviço de Gastrenterologia do Hospital da Senhora da Oliveira Guimarães, com reconhecimento nacional e internacional.
À medida que a cápsula progride ao longo do tubo digestivo, a câmara que incorpora vai tirando milhares de fotografias, podendo chegar a 35 por segundo, transmitidas para um pequeno gravador que o doente tem na cintura.
Esta é uma forma de visualizar o intestino delgado, localizado entre o estômago e o cólon, que constitui um segmento do tubo digestivo dificilmente acessível pelos métodos endoscópicos convencionais.
Aqui, a principal complicação é uma eventual retenção da cápsula no tubo digestivo.
Dados apoiam uso da cápsula endoscópica
O Hospital de Guimarães acabou de participar, através do diretor do Serviço de Gastrenterologia, José Cotter, num grande estudo sobre esta a retenção da cápsula endoscópica na Doença de Crohn, publicado na revista científica internacional IBD: Inflammatory Bowel Diseases, da Universidade de Oxford.
Nele, foi possível concluir que a retenção da cápsula endoscópica para diagnóstico desta doença foi menor do que em estudos anteriores. Trata-se de uma situação muito rara, sendo menor em crianças do que em adultos. Dados que apoiam o uso desta forma de diagnóstico, sobretudo nos casos da Doença de Crohn.
Em comunicado, José Cotter refere que estas conclusões “vão no sentido do que temos vindo a colocar em prática no nosso quotidiano, confirmando a ideia de que temos estado no caminho certo na abordagem dos nossos doentes”.
Recorde-se que a Doença de Crohn é uma doença inflamatória do intestino, com uma prevalência maior nos países desenvolvidos e incidência crescente na Europa, onde se acredita estar associada ao estilo de vida.