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Extrato de algas marinhas com efeitos promissores no tratamento do cancro cerebral

algas

Um composto encontrado em algas castanhas pode ajudar a tratar uma das formas mais comuns e agressivas de tumor cerebral maligno.

Os efeitos promissores do composto foram descobertos por investigadores que fazem parte do projeto GENIALG, financiado pela União Europeia com foco em algas marinhas, ou “macroalgas”, enquanto fonte valiosa de diversos compostos bioativos com grande potencial para uso em produtos farmacêuticos, nutracêuticos e alimentos funcionais.

O composto agora encontrado, fucoxantina, é um tipo de pigmento carotenoide encontrado em algas castanhas, como a Saccharina latissima, uma das espécies-alvo do GENIALG. Também conhecida como kelp, a alga marinha é cultivada na Europa e está disponível comercialmente.

A fucoxantina é um composto bioativo que tem vários benefícios para a saúde, incluindo efeitos antioxidantes, anticancerígenos e anti-obesidade.

A IOTA Pharmaceuticals, uma pequena empresa de oncologia sediada no Reino Unido, e a Universidade de York, parceiros do projeto GENIALG, colaboraram com a Universidade de Cambridge para aprofundar o conhecimento sobre a fucoxantina neste projeto multimilionário.

David Bailey, diretor da IOTA Pharmaceuticals confirma que se descobriu que “a fucoxantina não apenas inibe o crescimento das células cancerígenas por si só, mas também melhora a eficácia de certos medicamentos (antiproliferativos) farmacêuticos. Isso significa que o tratamento de células cancerígenas do cérebro humano com uma combinação de fármacos e um produto natural extraído de algas marinhas pode fornecer uma opção de tratamento nova e mais eficaz no combate a esta doença desafiadora em certos contextos”.

O que escondem as algas

O composto pode fornecer um tratamento eficaz contra o glioblastoma multiforme, a forma mais comum e agressiva de tumor cerebral maligno, com uma incidência anual de três a quatro casos por 100.000 pessoas na Europa.

Embora o conhecimento das suas causas genéticas esteja a melhorar, é ainda uma doença incurável, com uma sobrevida média de 12 meses após o diagnóstico.

Parte do mau prognóstico deve-se à heterogeneidade do tumor: diferentes partes do tumor têm características diferentes, o que significa que tendem a responder de forma diferente ao tratamento. Como resultado, um único tratamento pode matar algumas das células cancerígenas, enquanto outras continuam a crescer. Ou seja, é importante encontrar e desenvolver alternativas combinadas que possam atacar todas as partes do tumor.

“Observamos que nem todas as combinações de medicamentos e produtos naturais são sinérgicas, possivelmente devido a mecanismos específicos das células. Essa observação vai de encontro à ideia de que combinações específicas de medicamentos e produtos naturais podem ser mais eficazes em determinados contextos de doenças”, afirma o especialista.

“Curiosamente, vimos também que a fucoxantina parece muito mais eficaz como agente anticancerígeno do que outros carotenoides, sugerindo que há características estruturais da fucoxantina que são importantes para os seus efeitos terapêuticos. Exatamente o que são ainda está por determinar.”

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