
Coração e cérebro: separados pela anatomia, unidos quando se trata do acidente vascular cerebral (AVC), explica Vítor Oliveira, responsável pela Consulta de Neurologia para Doenças Vasculares Cerebrais do Heart Center, no Hospital Cruz Vermelha. “Muitas doenças do coração podem provocar AVC. Daí ser importante uma abordagem conjunta, pois não se pode separar a patologia vascular cerebral da patologia cardiovascular.” Uma relação que o Heart Center privilegia, o que torna a consulta que Vítor Oliveira dirige inovadora no País.
“Não existe entre nós outra unidade que junte estas duas áreas que se interligam: o coração e o cérebro”, confirma o especialista.
No mesmo espaço, faz-se uma abordagem conjunta dos problemas comuns aos dois órgãos. “Dispondo dos mais modernos meios de diagnóstico onde se incluem TAC, Ressonância Magnética, entre outros, permite uma grande eficácia nas atitudes quer diagnósticas quer terapêuticas e, portanto, actuando na melhoria da qualidade de vida das pessoas”, afirma o médico neurologista.
Doenças do coração e risco de AVC
Quer sejam pessoas já com situações definidas, quer ainda numa perspectiva de rastreio e identificação atempada de situações de risco, “o centro está aberto para todos: os que já tenham sofrido um AVC de qualquer tipo ou apenas um evento suspeito de doença vascular cerebral, isto na perspetiva de identificação e tratamento adequado evitando o pior”.
Ou seja, refere Vítor Oliveira, “beneficiarão as pessoas com situações associadas a maior probabilidade de ter um AVC, com os chamados ‘fatores de risco’, entre os quais a hipertensão arterial, diabetes, obesidade, fumadores ou ex-fumadores e pessoas mais idosas e com doenças cardíacas”.
O grande objetivo é, reforça, “prevenir a ocorrência de AVC, sobretudo nas pessoas em maior risco, mas também avaliar e acompanhar os doentes que já tiveram um AVC prevenindo a ocorrência de um novo evento. Devemos ter sempre presente que a atitude mais eficaz é a prevenir”.
O especialista termina ao alertar que “no caso de: boca ao lado, falta de força num braço e dificuldade em falar não hesite em contactar o 112”.