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Risco de morte por COVID-19 é 3,5 vezes maior do que pela gripe

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A ciência acaba uma vez mais de desmentir os que continuam a insistir que a COVID-19 não mais é do que uma gripe. Um novo estudo, publicado na revista Canadian Medical Association Journal, deita por terra, de uma vez por todas, essa ideia errada, ao confirmar que o risco de morte por COVID-19 é 3,5 vezes maior do que pela gripe.

“Agora podemos dizer definitivamente que a COVID-19 é muito mais grave do que a gripe sazonal”, explica Amol Verma, do Hospital St. Michael, da Unity Health Toronto e da Universidade de Toronto.

“Os doentes internados em Ontário com COVID-19 tiveram um risco 3,5 vezes maior de morte, 1,5 vezes maior uso da Unidade de Cuidados Intensivos e 1,5 vez mais tempo de internamento do que os doentes internados com gripe.”

Resultados que são semelhantes aos verificados em estudos feitos em França e nos Estados Unidos.

Este trabalho comparou as hospitalizações por gripe entre o dia 1 de novembro de 2019 e 30 de junho de 2020, em sete grandes hospitais de Toronto e Mississauga, no Canadá, áreas com grandes populações e elevados níveis de COVID-19. Incluiu todos os doentes internados em serviços médicos ou unidade de cuidados intensivos (UCI) por gripe ou COVID-19 e contou 783 hospitalizações pela primeira em 763 doentes únicos, em comparação com 1.027 hospitalizações por COVID-19 em 972 doentes únicos (representando 23,5% de todas as hospitalizações por COVID-19 em Ontário durante o período do estudo).

A maioria dos doentes hospitalizados com COVID-19 tinha poucas doenças associadas e 21% tinham menos de 50 anos de idade. As pessoas com menos de 50 anos foram também, de resto, responsáveis ​​por quase 1 em 4 (24%) admissões na UCI.

“Muitas pessoas acreditam que a COVID-19 afeta sobretudo pessoas mais velhas”, afirma Verma. “É verdade que afeta adultos mais velhos de forma mais grave e descobrimos que, dos adultos com mais de 75 anos hospitalizados com COVID-19, quase 40% morreram no hospital. Mas também pode causar doenças muito graves em adultos jovens – em adultos com menos de 50 anos foi responsável por 20% de todas as hospitalizações na primeira vaga da pandemia. Quase 1 em cada 3 adultos com menos de 50 anos hospitalizados com COVID-19 necessitaram de cuidados intensivos e quase 1 em cada 10 necessitaram de readmissão não planeada no hospital após a alta.”

Pessoas hospitalizadas por COVID-19 usaram mais a UCI, tinham maior probabilidade de serem colocadas num ventilador e tiveram maior tempo de internamento do que as pessoas com gripe.

“Essas diferenças podem ser aumentadas por baixos níveis de imunidade ao novo coronavírus em comparação com a gripe sazonal, que resulta de infeções anteriores e vacinação”, refere o especialista.

“Esperançosamente, a gravidade da COVID-19 diminuirá com o tempo, à medida que as pessoas são vacinadas contra o vírus e que são identificados tratamentos mais eficazes. Há, infelizmente, também a possibilidade de que as variantes do vírus possam ser ainda mais graves.”

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