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Doença gengival da mãe pode estar associada a parto prematuro

parto prematuro

Mulheres que tiveram um parto prematuro podem ter maior probabilidade de ter doença gengival em comparação com as que levaram a gravidez até ao fim, revela um estudo apresentada no EuroPerio10, o principal congresso mundial em periodontologia e implantodontia organizado pela Federação Europeia de Periodontologia.

“Observamos que as mulheres com parto prematuro tinham gengivas inflamadas com mais frequência, com bolsas e perda do tecido de suporte à volta dos dentes em comparação com os seus pares com gestações de termo”, afirma o autor do estudo, Valentin Bartha, do Hospital Universitário de Heidelberg, na Alemanha.

“Se confirmados, estes resultados podem ter implicações na prevenção do parto prematuro, que ocorre em 10% dos nascimentos e é responsável por até 75% das mortes perinatais e mais de 50% dos distúrbios do desenvolvimento em crianças.”

Parto prematuro e periodontite: relação perigosa

A periodontite, também chamada de doença gengival, é desencadeada por uma infeção microbiana. Começa com gengivas vermelhas, inflamadas e que sangram (às vezes inchadas), a chamada gengivite, que é a resposta do corpo a uma acumulação insalubre de bactérias nos dentes. A inflamação crónica pode causar bolsas e lacunas à volta dos dentes, destruição dos tecidos e do osso que suporta os dentes e, eventualmente, a perda do dente.

Este estudo comparou inflamação oral e micróbios em mulheres que tiveram parto prematuro (antes de 37 semanas de gestação) e aquelas com partos de termo. Um total de 77 mulheres foi inscrito durante os primeiros seis dias após o parto e, destas, 33 tiveram partos prematuros e 44 partos de termo.

Foram recolhidas informações sobre idade, tabagismo, condições médicas e medicamentos, idade gestacional no parto e peso ao nascer. E a hemorragia gengival foi avaliada em quatro locais à volta de cada dente, para avaliar a inflamação gengival.

“A inflamação à volta dos dentes faz com que os tecidos de suporte se soltem permanentemente da superfície do dente. Quando uma sonda pode ser inserida mais de 3 mm ao longo de um dente, isso é chamado de bolsa patológica.”

Comparadas com aquelas com levaram a gravidez até ao seu termo, as mulheres que tiveram partos prematuros apresentaram uma perda de inserção significativamente maior, uma percentagem maior de profundidades de bolsa e diferentes populações de bactérias sobre e sob os seus dentes.

“Descobrimos que as mães de bebés prematuros eram mais propensas a perder tecidos de suporte ao redor dos dentes, têm uma proporção maior de locais com bolsas profundas e têm bactérias orais insalubres em comparação com as mães de termo. O peso ao nascer foi significativamente menor para as mães com periodontite em comparação com as mães com boa saúde oral ou apenas a sangrarem das gengivas, mas sem bolsas patológicas (gengivite).”

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