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Cigarros eletrónicos ameaçam saúde oral tanto como o tabaco

cigarros eletrónicos

Há anos que se sabe que o tabagismo pode contribuir para graves danos nas gengivas e na saúde oral, sendo que os fumadores têm mais doenças gengivais, mais perda de dentes e níveis mais elevados de cancro oral. Sabe-se também que as doenças das gengivas podem ter um papel negativo na saúde geral, estando, por exemplo, implicadas na diabetes, nas doenças cardiovasculares, nas doenças respiratórias crónicas, na doença inflamatória intestinal, entre outras. É assim com o tabaco tradicional, mas e quanto aos cigarros eletrónicos? A dúvida foi esclarecida.

Os avisos regulares contra os cigarros eletrónicos geralmente só destacam os danos causados ao coração e pulmões. Mas a Federação Europeia de Periodontologia (FEP) alerta para o facto de os cigarros eletrónicos poderem ser tão prejudiciais para a saúde gengival e oral como os tradicionais.

Apesar de o fenómeno do ‘vaping’ ser relativamente recente em comparação com o do tabagismo, o que significa que os dados ao nível da investigação ainda estão incompletos, as provas dão conta de uma associação clara entre os cigarros eletrónicos e a má saúde das gengivas e da boca.

Ao contrário dos fumadores de tabaco, que estão mais conscientes de que os cigarros são um fator de risco para problemas de saúde em geral e para doenças das gengivas, os utilizadores dos cigarros eletrónicos são muitas vezes induzidos em erro, acreditando que estes são menos nocivos ou mesmo seguros. Mas parece que não é bem assim.

Uma das razões por detrás do impacto nocivo do ‘vaping’ é a nicotina, quer seja fumada ou vaporizada, que restringe o fluxo sanguíneo para as gengivas. Outros químicos contidos no vapor do cigarro eletrónico (incluindo formaldeído, propilenoglicol e benzeno) podem aumentar agressivamente os danos na boca, começando com uma destruição progressiva dos tecidos que suportam os dentes.

Os outros efeitos dos cigarros eletrónicos

O número de utilizadores dos cigarros eletrónicos está a crescer globalmente a um ritmo acelerado, uma adesão que parece ser maior entre os adolescentes, os jovens adultos e as pessoas que nunca fumaram e que começam a adotar este hábito potencialmente prejudicial.

“Os danos nas gengivas e nos tecidos que suportam os dentes, muitas vezes irreversíveis, são um efeito adverso provável do ‘vaping'”, salienta Andreas Stavropoulos, presidente do comité de assuntos científicos da FEP. “Estes danos incluem a reabsorção permanente das gengivas e do osso que mantêm os dentes em funcionamento e na boca. O tratamento destes problemas, dependendo da sua extensão, é muitas vezes incómodo e dispendioso.”

“Por estas razões, na FEP instamos os profissionais de saúde oral a não sugerirem a vaporização como estratégia de transição para a cessação do tabaco, mas sim a dar prioridade ao aconselhamento sobre a cessação tabágica, tanto para os cigarros como para os cigarros eletrónicos, e a fornecer aos doentes informações sobre o provável impacto negativo da vaporização na saúde gengival e oral”, recomenda o especialista.

Além disso, o cigarro eletrónico pode prejudicar a saúde oral de várias outras formas, incluindo mau hálito, irritação da boca e da garganta, edema paratraqueal, laringite, língua negra, estomatite por nicotina, língua peluda, dor de dentes, descoloração dos dentes, cáries, sensibilidade e perda de dentes, aumento da cariogénese, redução da dureza do esmalte e aumento do risco de cancro.

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