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Uma saúde oral pobre pode contribuir para o declínio da saúde cerebral

saúde oral

Cuidar dos seus dentes e gengivas pode oferecer benefícios que vão muito além da saúde oral, tais como a melhoria da saúde cerebral, revela uma investigação preliminar que vai ser apresentada na Conferência Internacional do AVC 2023 da American Stroke Association, que se realiza entre 8 e 10 de fevereiro.

Vários estudos já demonstraram que as doenças gengivais, a falta de dentes e outros sinais de má saúde oral, bem como os maus hábitos de escovagem e a falta de remoção da placa bacteriana, aumentam o risco de AVC. E revelaram ainda que as doenças gengivais e outras preocupações ao nível da saúde oral estão associadas a fatores de risco de doenças cardíacas e outras doenças, como a pressão arterial elevada.

“O que não ficou claro é se a saúde oral deficiente afetou a saúde cerebral, ou seja, o estado funcional do cérebro de uma pessoa. Algo que agora somos capazes de compreender melhor através do uso de ferramentas de neuroimagem, como a ressonância magnética”, refere o autor do estudo, Cyprien Rivier, especialista em neurologia da Escola de Medicina de Yale, nos EUA.

“Estudar a saúde oral é especialmente importante porque uma saúde oral deficiente acontece frequentemente e é um fator de risco facilmente modificável – todos podem, efetivamente, melhorar a sua.”

Tal como as escolhas associadas a um estilo de vida saudável afetam o risco de doenças cardíacas e AVC, também afetam a saúde do cérebro, o que inclui a capacidade de nos lembrarmos das coisas, pensar claramente e funcionar na vida.

Entre 2014 e 2021, os investigadores deste estudo analisaram a potencial associação entre a saúde oral e a saúde cerebral em cerca de 40.000 adultos (46% homens, idade média de 57 anos) sem historial de AVC, que foram analisados para 105 variantes genéticas conhecidas por predisporem as pessoas a terem cáries e problemas na boca mais tarde na vida, tendo sida avaliada a relação entre o peso destes fatores genéticos de risco para a saúde oral e uma saúde cerebral deficiente.

Os sinais de saúde cerebral deficiente foram rastreados através de imagens de ressonância magnética do cérebro dos participantes, que mostraram que as pessoas que eram geneticamente propensas a ter cáries, falta de dentes ou necessidade de prótese dentária apresentavam uma maior carga de doença cerebrovascular silenciosa.

“Uma saúde oral deficiente pode causar declínios na saúde cerebral, pelo que temos de ser extra cuidadosos com a nossa higiene oral, porque tem implicações muito para além da boca”, diz Rivier. “Contudo, este estudo é preliminar, e é necessário recolher mais provas – idealmente através de ensaios clínicos – para confirmar que a melhoria da saúde oral na população conduzirá a benefícios para a saúde cerebral.”

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