De forma a assinalar o Mês Europeu da Luta Contra o Cancro do Intestino, a Europacolon Portugal – Associação de Apoio ao Doente com Cancro Digestivo lança um projeto inovador de capacitação para doente e seu cuidador, de forma a melhorar os cuidados paliativos em doentes com cancro do cólon e reto.
“Apoio ao doente com cancro colorretal metastático: uma intervenção de cuidados paliativos” é o nome do projeto que vai dotar os doentes e cuidadores de ferramentas essenciais para lidarem com a doença numa das fases mais sensível das duas vidas.
O projeto já está pensado há alguns anos e até já foi premiado pela Digestive Cancers Europe (DICE). Nesta fase de lançamento, o objetivo do projeto é apoiar 30 doentes e 60 cuidadores ao longo de um ano, nos distritos do Porto, Braga, Viana do Castelo, Vila Real e Bragança. Para este apoio está destacada uma equipa de profissionais de diversas áreas, tais como psicologia, enfermagem, nutrição, oncologia e serviços sociais.
“A acrescentar aos constrangimentos causados pela pandemia ao nível dos rastreios, diagnósticos e tratamentos, a falta de oferta de cuidados continuados e paliativos que se verifica em Portugal compromete o acompanhamento destes doentes e das suas famílias”, refere Vítor Neves, Presidente da Europacolon.
“Este projeto dará resposta a uma necessidade urgente de cuidados paliativos abrangentes e que garantam a dignidade e qualidade de vida destes doentes e cuidadores”, acrescenta o representante da Europacolon.
Segundo dados da Globocan de 2020, são diagnosticados cerca de 10.500 novos casos de cancro colorretal em Portugal, por ano. Este é o segundo cancro que mais mata em Portugal: 12 pessoas por dia perdem a vida devido a esta doença. Com a paragem dos rastreios, prevê-se que estes números venham a aumentar num futuro próximo, pois os doentes tenderão a ser diagnosticados mais tarde, numa fase mais avançada da doença e com pior prognóstico.
“Este contexto evidencia a pertinência do projeto, que pode fazer toda a diferença na qualidade de vida e bem-estar de doentes, cuidadores e familiares”, sublinha Vítor Neves. Além disso, conforme espera a Europacolon, poderá servir de inspiração e modelo para futuras intervenções nesta área.