A curcumina, um pigmento extraído do açafrão, conquistou a atenção de cientistas de todo o mundo pelas suas propriedades biológicas como agente antioxidante, anti-inflamatório, antimicrobiano e antiviral, às quais se juntam o potencial anticancerígeno.
“No último ano, muitos cientistas discutiram os reais benefícios da curcumina para a saúde, estimulando frequentemente um debate muito apaixonado”, refere Antonio Giordano, fundador e diretor da Sbarro Health Research Organization e do Sbarro Institute for Molecular Medicine and Molecular Medicine and Cancer Research da Temple University, na Filadélfia, autor de um trabalho que organiza as maiores descobertas sobre o tema.
A revisão avaliou estudos sobre o potencial anticancerígeno da curcumina contra os tipos de cancro mais comuns e descreveu também os mecanismos moleculares de ação, assim como os avanços mais recentes no uso clínico da curcumina e as novas formulações de medicamentos à base desta.
Um estudo que permite concluir que, graças aos seus efeitos em diferentes vias de sinalização e alvos moleculares envolvidos no desenvolvimento de vários tumores, a curcumina representa um candidato promissor como uma droga anticancerígena eficaz, seja de forma isolada ou em combinação com outros tratamentos.
A ação da curcumina, pigmento do açafrão,
A busca por novos medicamentos que sejam eficazes no combate às doenças cancerígenas representa ainda um desafio para muitos cientistas.
Organismos naturais, como plantas, bactérias, fungos, fornecem muitas moléculas ativas, moléculas que têm uma aplicação potencial na medicina para a gestão de muitas doenças (neurodegenerativas, cardiovasculares, inflamações e cancros).
A curcumina pertence, de acordo com os especialistas, ao grupo mais promissor de compostos naturais bioativos, sobretudo para o tratamento de vários tipos de cancro.
E isto porque revela uma capacidade anticancerígena direcionada para diferentes vias de sinalização celular. No entanto, os investigadores chamam a atenção para o facto de não ser imune a efeitos secundários, como náuseas, diarreia, dor de cabeça, tendo ainda mostrado ser de baixa absorção, metabolismo rápido e eliminação sistémica, que limitam a sua eficácia no tratamento de doenças.
O que significa que mais estudos e ensaios clínicos em humanos são necessários para validar este composto como um agente anticancerígeno eficaz.