Mais de 5% da população mundial vive com perda auditiva. E graças a uma combinação entre os estilos de vida atuais e a falta de sensibilização para os perigos de ouvir sons altos, essa percentagem irá provavelmente aumentar nos próximos anos, alerta a Organização Mundial da Saúde (OMS), a propósito do Dia Mundial da Audição, que se assinala esta quinta-feira (3 de março).
É real o risco de perda auditiva irreversível induzida por ruído devido a exposição recreativa, sobretudo entre os adolescentes e adultos jovens. Ao todo, quase 50% das pessoas com idade entre os 12 e os 35 anos, ou seja, 1,1 mil milhões de jovens, correm o risco de perda auditiva devido à exposição prolongada a sons altos, através da audição de música em smartphones e reprodutores de áudio, ou em espetáculos de música e clubes.
Nos que vivem nos países mais ricos, quase 50% estão expostos a níveis inseguros de som através do uso de dispositivos de áudio pessoais.
Promover e praticar a escuta segura é uma das formas mais simples de prevenir a ocorrência de perda auditiva causada pela exposição recreativa a sons altos. E isso consegue-se fazer:
• Mantendo o volume baixo. Ouvir sistemas de áudio pessoais (dispositivos como smartphones ou MP3 players através dos quais a música é reproduzida e phones) a um nível de volume abaixo de 60% do máximo é útil para reduzir o risco de perda auditiva e zumbido. Também é aconselhável usar auscultadores cuidadosamente ajustados e, se possível, com cancelamento de ruído.
• Limitar o tempo gasto em atividades barulhentas. Ouvir música por um período prolongado de tempo pode também prejudicar a audição. Quando estiver em discotecas, bares, eventos desportivos e outros ambientes barulhentos, fazer pausas curtas para ouvir um ruído alto reduz a duração geral da exposição ao ruído. Da mesma forma, limitar a quantidade de tempo gasto a ouvir dispositivos de áudio pessoais diminuirá o risco de danos causados à audição.
• Monitorizar os níveis de escuta. Muitos dispositivos, como apps ou software de escuta, usam recursos de segurança integrados, com limitação de volume e monitorização do nível de som. Estes indicam precisamente os níveis de som e a duração da audição e fornecem uma avaliação do potencial perigo de superexposição. Apps como HearAngel e dbTrack, ou a app de saúde auditiva que está incluída em alguns smartphones, podem ser usados para isso, além de acompanhar o som consumido e alertar o ouvinte se o limite recomendado (de 80dB por 40 horas semanais) for excedido.