Como mais de 90% dos casos de perda auditiva associados à idade, não é surpreendente que, tendo em conta o envelhecimento populacional, este problema continue a crescer. E que o faça com consequências na vida social e emocional de quem não ouve. De facto, segundo um estudo japonês, a perda auditiva em idosos está mesmo associada à restrição de atividades ao ar livre, ansiedade e perda de memória
Uma equipa de investigadores japoneses da Universidade de Tsukuba, Japão, quis saber mais sobre o tema e a associação entre a perda auditiva e outras doenças entre os idosos e, para isso, analisou três áreas-chave, tendo encontrado uma relação clara entre a dificuldade auditiva e a perda de memória.
Com dados de mais de 130 mil pessoas com 65 anos ou mais e sem demência, foi possível determinar que cerca de 9% relatavam ter pedido parte da audição, que se acentuava com a idade.
O impacto da perda auditiva em números
Os resultados do estudo confirmam o impacto das dificuldades auditivas. Por exemplo, 28,9% dos que sofriam com este problema relatavam limitações nas atividades ao ar livre, como fazer compras ou viajar, contra apenas 9,5% dos que ouviam bem.
No que diz respeito ao sofrimento mental, a percentagem de afetados com problemas auditivos foi de 39,7%, contra 19,3%.
Quando em causa está a perda de memória, a diferença foi ainda mais acentuada: 37,7% vs 5,2%, valores que se repetiam, independentemente da idade ou sexo dos inquiridos.
“A dificuldade auditiva tem um enorme impacto na vida das pessoas idosas, que se faz sentir de muitas maneiras, tanto físicas, como mentais, ao mesmo tempo que limita as atividades da vida diária”, refere Yoko Kobayashi, coautora do estudo.
“Uma maior consciencialização sobre a carga da perda auditiva ajudará a melhorar a qualidade de vida destas pessoas.”