Os idosos socialmente isolados correm maior risco de desenvolver diabetes e níveis elevados de açúcar no sangue, revela um estudo apresentado no ENDO 2025, o encontro anual da Sociedade de Endocrinologia, que decorreu nos EUA.
“O isolamento social e a solidão têm sido cada vez mais reconhecidos como importantes fatores de risco para a saúde após a pandemia de COVID-19. Os nossos resultados sublinham a importância de os médicos reconhecerem o isolamento social como um determinante social crítico da saúde quando cuidam de doentes idosos”, refere a investigadora principal Samiya Khan, médica na Escola de Medicina Keck da Universidade do Sul da Califórnia, em Los Angeles.
“Estes resultados são sobretudo relevantes devido ao rápido crescimento da população idosa nos Estados Unidos e no mundo, juntamente com a prevalência generalizada de isolamento social e solidão entre os idosos.”
Isolamento social como fator de risco
Khan observou que, embora alguns estudos anteriores tenham explorado a associação entre o isolamento social e a diabetes, este estudo está entre os primeiros a examinar a sua ligação ao controlo glicémico inadequado, utilizando uma amostra representativa, o que torna os resultados aplicáveis à escala nacional.
Os investigadores estudaram dados de 3.833 adultos com idades entre os 60 e os 84 anos, representando cerca de 38 milhões de idosos nos EUA. Após ajuste para outros fatores, verificaram que os idosos socialmente isolados tinham 34% mais probabilidade de ter diabetes e 75% mais probabilidade de ter um controlo glicémico inadequado do que aqueles que não estavam isolados.
Isto sugere que o isolamento social pode ser um factor de risco importante, mas frequentemente negligenciado, para a diabetes e para o controlo glicémico inadequado nos idosos.
“Estas descobertas sublinham a importância das ligações sociais para o bem-estar dos idosos”, disse Khan. “Os médicos devem reconhecer o isolamento social como um potencial fator de risco entre os doentes idosos, tanto para a diabetes como para os níveis elevados de açúcar no sangue.”
