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Precisamos de ter atenção aos níveis de colesterol logo na infância

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O principal foco, hoje, no que diz respeito ao colesterol está na redução dos níveis elevados em adultos, para prevenir a aterosclerose. Kirsten Holven, especialista do Departamento de Nutrição da Universidade de Oslo, na Noruega, deixa um alerta: estamos a começar o processo de prevenção tarde demais, quando o estreitamento das artérias já se encontra num estado muito avançado. Defende, por isso, que os pais devem saber o nível de colesterol dos seus filhos.

Se olharmos para este problema quando as pessoas são jovens, poderíamos reduzir o ritmo de formação da aterosclerose e obter maiores efeitos positivos. Nos últimos anos, mais e mais estudos mostram que é a carga de colesterol ao longo da vida que afeta o desenvolvimento da aterosclerose. Por outras palavras, níveis elevados acumulam-se durante a infância e a adolescência.

No entanto, os níveis de colesterol atualmente são apenas monitorizados a partir da idade adulta, em muitos casos apenas pela primeira vez por volta dos 40 anos, numa altura em que a aterosclerose já está avançada e é difícil de reverter completamente, refere a especialista. 

Escolhas alimentares para reduzir o colesterol

O que a pessoa come enquanto criança pode, por isso, ter um grande efeito sobre a necessidade de tomar medicamentos aos 50 anos para combater o colesterol alto.

Os pais podem fazer escolhas mais saudáveis ​​na dieta que dão aos filhos e bastam mudanças relativamente pequenas para fazer a diferença, que devem, no entanto, ser iniciadas cedo, diz Holven.

O desenvolvimento da aterosclerose é impulsionado pela interação entre colesterol e substâncias inflamatórias. Se o nível de colesterol no sangue estiver muito alto, isso normalmente é resultado do estilo de vida. No entanto, algumas pessoas podem tê-lo elevado de forma hereditária, a chamado hipercolesterolemia.

A aterosclerose começa durante os anos da infância e continua ao longo da vida. Estudos mostraram que mães com níveis elevados de colesterol durante a gravidez têm filhos que apresentam mais sinais de aterosclerose do que crianças nascidas de mães com níveis normais de colesterol.

Mesmo na infância, existem grandes diferenças nos níveis de colesterol. Um estudo finlandês demonstrou que o nível que a pessoa tem aos três anos de idade está intimamente relacionado com o nível que terá em adulto, o que significa que, se tinha colesterol elevado no sangue em criança, é mais provável que tenha colesterol elevado em adulto.

É, por isso, importante adotar hábitos saudáveis, que passam por uma dieta equilibrada, reduzindo a quantidade de gordura saturada e substituindo-a por gordura insaturada.

Holven enfatiza ainda que a doença cardiovascular causada pela aterosclerose é a principal causa de morte em mulheres e homens na Europa, com as doenças cardiovasculares a representarem também um grande fardo financeiro para os orçamentos de saúde em todo o mundo.

Logo, as medidas preventivas que podem reduzir esses custos trarão grandes benefícios para as economias nacionais.

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