
O custo dos distúrbios de saúde mental associados à síndrome dos ovários poliquísticos (depressão, ansiedade e transtornos alimentares) atingiu quase seis mil milhões de dólares em 2021, de acordo com um novo estudo apresentado na reunião anual da Endocrine Society.
A síndrome dos ovários poliquísticos é um desequilíbrio hormonal comum, que está associado a riscos aumentados para uma série de problemas, incluindo infertilidade, diabetes tipo 2, hipertensão, acidente vascular cerebral e cancro do endométrio.
“Está também associada a um aumento da prevalência de distúrbios de saúde mental, como depressão, ansiedade e distúrbios alimentares”, afirma o investigador principal do estudo Adam Bonner, especialista da Universidade do Alabama, nos EUA.
Os investigadores queriam calcular os custos relacionados com os distúrbios de saúde mental em mulheres com síndrome dos ovários poliquísticos e, para isso, reviram 19 estudos que incluíram um total de 28.482 mulheres com este problema e 27.124 sem a condição. Depois, analisaram a probabilidade de ansiedade, depressão e transtornos alimentares e descobriram que as mulheres com síndrome dos ovários poliquísticos tinham um risco 77% maior de sofrer de ansiedade, 53% maior de transtornos alimentares e duas vezes maior de depressão, em comparação com mulheres sem esta síndrome.
Então, calcularam os custos excessivos destes distúrbios de saúde mental para mulheres com síndrome dos ovários poliquísticos nos Estados Unidos, tendo estimado que os custos diretos de saúde relacionados com este problema, em 2021, foram de 2,987 mil milhões de dólares para depressão, 2,216 mil milhões de dólares para ansiedade e 694 milhões de dólares para os transtornos alimentares.
“As nossas descobertas exigem que a comunidade científica, médica e política aumente a sua atenção para este importante distúrbio.”