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Tem dificuldade em ler os resultados de exames médicos? Não está sozinho!

ler o relatório dos exames médicos

Já tentou ler os seus resultados de exames médicos? Compreendeu? Ou eram demasiados termos técnicos? A verdade é que estes relatórios são para serem lidos e compreendidos pelos seus médicos da especialidade, no entanto, como são também disponibilizados para o utente, já todos têm acesso, apesar de não compreenderem. Surge, então, a seguinte pergunta: pode um relatório médico centrado no doente melhorar a sua compreensão? 

Num artigo publicado na revista JAMA, compreendeu-se que “um relatório de patologia centrado no doente fornece informações importantes sobre o diagnóstico do utente num formato mais claro, diminuindo a utilização de terminologia médica”, refere a autora do estudo, Cathryn Lapedis, da Universidade de Michigan. Tal comprovou ser mais eficaz do que um relatório de patologia padrão, com termos como adenocarcinoma prostático em vez de cancro da próstata. 

Este estudo reuniu 2238 adultos do género masculino, com idades compreendidas entre os 55 e os 84 anos, a quem foi apresentado um cenário hipotético: foram ao médico por sintomas urinários, fizeram biópsia e receberam os resultados. Com o relatório, foram desafiados a identificar o seu diagnóstico e o seu nível de preocupação com base na sua perceção dos dados.

“Descobrimos que a maioria das pessoas não consegue obter informações básicas. Nos participantes que leram o relatório padrão, apenas 39% conseguiram identificar com precisão os resultados dos exames médicos”, destaca Cathryn Lapedis. Neste cenário hipotético, a doença diagnosticada foi o cancro da próstata.

Por outro lado, 93% dos que receberam o relatório de patologia centrado no doente identificaram com precisão que o relatório mostrava cancro da próstata.  

Quanto à preocupação expressa pelos doentes aquando da visualização dos resultados, este parâmetro está intimamente associado ao nível de risco, isto é, alta preocupação com alto risco e vice-versa. 

Por isso e compreendendo que os doentes não entendem os relatórios dos exames médicos, Cathryn Lapedis recomenda que “os sistemas hospitalares considerem incluir relatórios de patologia centrados no doente para  melhorar a sua compreensão”.

Até isso acontecer, o melhor é conversar com o seu médico para compreender todos os termos difíceis e garantir que entende a sua doença e resultados dos exames médicos que fez. Nunca o deve fazer sozinho, o que se pode tornar propício a ambiguidades.

 

Crédito imagem: iStock

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