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Viver perto da água pode significar uma vida mais longa

viver perto de água

Boas notícias para muitos portugueses: viver a quilómetros da brisa do oceano pode estar ligado a uma vida mais longa, revela um novo estudo. Mas esta não parece ser um máxima válida para todos os tipos de água, pelo que não deve contar com os mesmos benefícios se viver numa cidade ribeirinha.

Investigadores da Universidade Estadual de Ohio, nos EUA, analisaram dados populacionais, incluindo a esperança de vida, em mais de 66 mil setores onde se realizam os censos amercianos e compararam-nos com base na proximidade de cursos de água, um trabalho publicado na revista Environmental Research.

E verificaram a existência de uma maior relação entre um esperança de vida mais longa e proximidade da água, para aqueles que vivem a cerca de 48 quilómetros de um oceano. Mas quem que vive em áreas urbanas e perto de um corpo de água interior com mais de 10 quilómetros quadrados, verificou-se o oposto.

“No geral, esperava-se que os residentes do litoral vivessem um ano ou mais mais do que a média. Os residentes do litoral provavelmente vivem mais tempo devido a uma variedade de fatores interligados”, explica o investigador principal Jianyong ‘Jamie’ Wu.

A análise sugeriu que temperaturas mais amenas, melhor qualidade do ar, mais oportunidades de recreação, melhores transportes, menor suscetibilidade à seca e rendimentos mais elevados podem contribuir para uma melhor perspetiva para os residentes do litoral em comparação com os que vivem no interior.

“Por outro lado, a poluição, a pobreza, a falta de oportunidades seguras para praticar atividade física e um risco acrescido de inundações são prováveis impulsionadores destas diferenças”, refere Yanni Cao, investigador de pós-doutoramento que trabalhou no estudo.

A diferença mais crítica que os investigadores encontraram é que as zonas costeiras apresentam menos dias quentes e temperaturas máximas mais baixas em comparação com as zonas de águas interiores.

“Espaços azuis” e a longevidade

Estudos anteriores já tinham encontrado uma ligação entre viver perto da água e melhores medidas de saúde, incluindo maiores níveis de atividade física, menores taxas de obesidade e melhor saúde cardíaca. Isto levou Wu a questionar-se se poderia haver uma ligação entre viver em “espaços azuis” e ter vidas mais longas, e como essa relação poderia variar dependendo do tipo de zona.

“Pensámos que era possível que qualquer tipo de ‘espaço azul’ oferecesse alguns efeitos benéficos e ficámos surpreendidos ao encontrar uma diferença tão significativa e clara entre aqueles que vivem perto de águas costeiras e aqueles que vivem perto de águas interiores”, afirma Wu, professor assistente de ciências da saúde ambiental na Faculdade de Saúde Pública da Universidade Estadual de Ohio.

“Encontrámos uma diferença clara — nas zonas costeiras, as pessoas estão a viver mais tempo”, diz Wu, acrescentando que o estudo é o primeiro a examinar de forma abrangente e sistemática a relação entre vários tipos de “espaços azuis” e a longevidade.

 

Crédito imagem: Unsplash

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