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Fumadores, sobretudo os que começam cedo, têm três vezes maior risco de morte prematura

fumadores

Um novo estudo descobriu que os fumadores enfrentam um risco quase três vezes maior de morrer prematuramente de doenças cardiovasculares.


Risco esse maior entre os que começaram a fumar antes dos 15 anos, em comparação com aqueles que começaram mais tarde. A boa notícia é que, para os que deixaram o vício antes dos 40, a redução do risco de morte prematura por doença cardiovascular é de 90%.

Publicado no Journal of the American Heart Association, o estudo confirma os malefícios do tabaco, sobretudo quando se começa cedo. Já se tinha investigado antes sobre este tema, com um estudo cubano a encontrar uma relação entre o tabagismo na infância e um maior risco de morte prematura em geral.

Neste novo trabalho, os investigadores decidiram determinar se as descobertas eram generalizáveis para outras populações, conduzindo uma análise semelhante de dados nos EUA, com foco na morte por doença cardiovascular.

“Foi surpreendente ver como estas descobertas eram consistentes com as nossas pesquisas anteriores e com outros estudos em todo o mundo, incluindo do Reino Unido, Austrália e Japão, tanto em termos dos riscos substanciais associados ao fumo e à saúde, como aos benefícios de parar de fumar”, afirma o autor principal do estudo, Blake Thomson, epidemiologista da Universidade de Oxford, Inglaterra.

“A idade em que uma pessoa começa a fumar é um fator importante e frequentemente esquecido, e aqueles que começam a fumar muito jovens correm um risco especialmente alto de morrer prematuramente de doenças cardiovasculares.”

“No entanto, parar de fumar pode reduzir substancialmente esse risco, sobretudo para os que o fazem mais cedo. Fazer com que as pessoas parem de fumar continua a ser uma das maiores prioridades de saúde em todo o mundo.”

Risco quantificado para os fumadores

Usando dados recolhidos entre 1997 e 2014, foram examinados os históricos médicos, hábitos de vida e dados demográficos de fumadores e não fumadores.

O estudo incluiu 390.929 adultos, com idades entre 25 a 74 anos (idade média de 47), 56% dos quais mulheres, agrupados pela idade em que começaram a fumar.

Durante o período de acompanhamento, 4.479 pessoas morreram antes dos 75 anos de doença cardíaca ou AVC. Depois de ajustar os resultados para potenciais variáveis ​​de confusão, como idade, educação, consumo de álcool, região e raça, os investigadores descobriram que 58% nunca foram fumadores; 23% eram ex-fumadores e 19% eram fumadores atuais.

Entre estes últimos, 2% tinham começado a fumar antes dos 10 anos e 19% começaram a fumar entre os 10 e 14 anos.

Para os que pararam de fumar aos 40 anos, o risco excessivo de morte prematura por doença cardiovascular caiu em cerca de 90%. Ou seja, parar de fumar, em qualquer idade, oferece benefícios, e quanto mais cedo a pessoa parar, melhor.

A análise descobriu que, em comparação com aqueles que nunca tinham fumado, os fumadores que pararam de fumar entre os 15 e 34 anos tiveram quase o mesmo risco de morrer de doença cardíaca ou AVC. Aqueles que pararam de fumar entre os 35 e 44 anos tiveram um risco cerca de 20% maior e os que deixaram o vício entre os 45 a 54 anos tiveram um risco cerca de 60% maior. Já o que pararam entre os 55 e 64 anos tiveram um risco cerca de 70% maior de morte.

Mais ainda, os fumadores corriam quase três vezes o risco de morte prematura por doença cardíaca ou AVC.

“Impedir a próxima geração de fumar pode salvar vidas, mas também devemos enfatizar que parar de fumar pode salvar vidas agora e nos próximos anos”, afirma Thomson.

“Simplificando, as políticas de saúde devem ter como objetivo evitar que os jovens fumem e devem comunicar claramente os benefícios de parar de fumar para aqueles que fumam, de preferência o mais jovens possível, e antes do início de doenças graves.”

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