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Estudo descobre que fumar duplica risco de insuficiência cardíaca

insuficiência cardíaca

Não há grandes dúvidas que os cigarros fazem mal à saúde. Agora, um novo estudo, realizado por investigadores da Escola de Saúde Pública Johns Hopkins Bloomberg, nos EUA, torna-os inimigos do coração, ao descobrir que os fumadores têm um risco duas vezes maior de desenvolver insuficiência cardíaca do que aquelas que nunca fumaram.

Este trabalho é considerado um dos primeiros a avaliar a associação do tabagismo a dois subtipos de insuficiência cardíaca: com fração de ejeção reduzida e fração de ejeção preservada.

Para o estudo, os especialistas os dados de um registo com 9.500 pessoas, tendo verificado que os participantes mantinham um risco significativamente aumentado de qualquer tipo de insuficiência cardíaca mesmo décadas após terem parado de fumar.

“Estas descobertas sublinham a importância de prevenir o tabagismo em primeiro lugar, sobretudo nas crianças e adultos jovens”, refere o autor sénior do estudo, Kunihiro Matsushita, professor no Departamento de Epidemiologia da Bloomberg School.

“Esperamos que os nossos resultados encorajem os fumadores atuais a parar mais cedo ou mais tarde, já que os danos do tabagismo podem durar até três décadas.”

Insuficiência cardíaca

A insuficiência cardíaca é um problema progressivo, no qual o coração perde a capacidade de bombear sangue suficiente para dar resposta às necessidades do corpo.

É uma das causas mais comuns de incapacidade e morte nos países desenvolvidos e, além do tabagismo, tem como fatores de risco a obesidade, hipertensão, diabetes, doença arterial coronária e idade avançada.

Existem dois tipos de insuficiência cardíaca: a de fração de ejeção reduzida e fração de ejeção preservada. Na primeira, o ventrículo esquerdo – a principal bomba cardíaca – não consegue contrair suficientemente ao bombear o sangue para fora, estando mais intimamente associada à doença arterial coronária.

Na insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada, o ventrículo esquerdo não relaxa suficientemente após a contração. Neste caso, ao contrário do primeiro, em que há medicação que melhora o prognóstico, o tratamento é muito limitado, tornando a sua prevenção extremamente importante. Ao mesmo tempo, os seus fatores de risco são menos claros.

Matsushita e os colegas avaliaram os registos de saúde dos participantes, com idades entre os 61 e os 81 anos, seguidos ao longo de 13 anos, período durante o qual se contaram 1.215 casos de insuficiência cardíaca, 492 casos de fração de ejeção reduzida e 555 casos de fração de ejeção preservada.

A análise revelou que os fumadores do grupo foram diagnosticados com os dois subtipos de insuficiência cardíaca, com taxas muito mais elevadas em comparação com os que nunca fumaram: 2,28 vezes mais para a fração de ejeção preservada e 2,16 vezes mais para a fração de ejeção reduzida.

A associação ao tabagismo mostrou ainda uma relação “dose-resposta”, ou seja, mais cigarros fumados por dia, ao longo de mais anos estavam associados a maior risco de insuficiência cardíaca. Da mesma forma, parar de fumar significou uma queda no risco de insuficiência cardíaca, que ainda assim continuou a ser elevada face à população em geral: os ex-fumadores foram 31% e 36% mais propensos a ter fração de ejeção preservada e fração de ejeção reduzida, respetivamente.

“Isso reforça a visão de que fumar lança uma longa sombra sobre a saúde do coração.”

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