Posições de ioga e técnicas de respiração podem ajudar as pessoas com fibrilhação auricular a controlar os seus sintomas, revela um novo estudo.
A fibrilhação auricular é o distúrbio do ritmo cardíaco mais comum. Um em cada quatro adultos de meia-idade na Europa e nos Estados Unidos irá desenvolver a doença, que causa 20-30% de todos os acidentes vasculares cerebrais e aumenta em 1,5 vezes o risco de morte nos homens e duas vezes nas mulheres. Mais ainda, reduz a qualidade de vida, com entre 10% a 40% dos doentes hospitalizados por ano.
“Os sintomas da fibrilhação auricular podem ser angustiantes [palpitações, pulso acelerado ou irregular, falta de ar, cansaço, dor no peito e tonturas]”, confirma Naresh Sen, especialista do HG SMS Hospital, em Jaipur, na Índia.
“Vêm e vão, fazendo com que muitas pessoas se sintam ansiosas e limitando a sua capacidade de viver uma vida normal.”
O estudo no qual participou quis perceber se ioga pode aliviar os sintomas nestes doentes. Para isso, envolveu 538 pessoas, avaliadas entre 2012 e 2017.
Ao longo de 12 semanas, os voluntários não fizeram ioga; depois, assistiram a sessões de 30 minutos em dias alternados, durante 16 semanas, que incluíam várias posições e técnicas de respiração. Durante o período de ioga, foram ainda incentivados a praticar os movimentos e a respiração em casa diariamente.
Ao mesmo tempo, registaram-se os sintomas e episódios de fibrilhação auricular, descritos num diário. Em alguns casos, os doentes usavam também um monitor cardíaco para verificar episódios de arritmia.
Finalmente, responderam a um inquérito sobre ansiedade e depressão e a um questionário que avaliou a sua capacidade de realizarem atividades diárias e socializar, os níveis de energia e o humor, assim como a frequência cardíaca e a pressão arterial.
Comparados os resultados entre os períodos em que praticaram ioga e aqueles em que não o fizeram, foi possível verificar que ao longo das 16 semanas de prática desta técnica, os doentes tiveram melhorias significativas em todas as áreas, em comparação com o período de inatividade de 12 semanas.
Por exemplo, durante o período sem ioga, apresentaram uma média de 15 episódios sintomáticos de fibrilhação auricular, em comparação com oito episódios durante o período de ioga. A pressão arterial média foi mais baixa após o treino de ioga.
Para Sen, este estudo sugere “que o ioga tem uma ampla gama de benefícios para a saúde física e mental das pessoas com fibrilhação auricular e pode ser adicionado às terapias habituais”.