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Rastreio para fibrilhação auricular pode salvar vidas e poupar dinheiro

fibrilhação auricular

A fibrilhação auricular representa o maior fator de risco para o acidente vascular cerebral, pelo que o seu rastreio nos idosos não só aumentaria a probabilidade de prevenção do AVC, mas também economizaria dinheiro aos sistemas de saúde e à sociedade, conclui um estudo realizado na Linköping University e Karolinska Institutet, na Suécia, e publicado no European Heart Journal.

“O maior benefício do rastreio é que se recebe informações que podem ser usadas para reduzir o risco de acidente vascular cerebral de um indivíduo e, assim, ajudá-lo a viver mais, com uma boa qualidade de vida”, afirma Emma Svennberg, especialista em cardiologia do Hospital Universitário Karolinska.

Um programa sistemático de rastreio para a fibrilhação auricular não está em uso em nenhuma parte do mundo. Os investigadores que realizaram o presente estudo calcularam o custo-benefício do rastreio para a fibrilhação auricular em pessoas com idades entre os 75 e 76 anos e concluíram que há fortes razões para a introdução de tal programa.

“A nossa análise económica de saúde mostra que o rastreio é uma intervenção que até poupa dinheiro. O que quero dizer é – o rastreio não salva apenas vidas ao prevenir o AVC; também economiza dinheiro aos sistemas de saúde”, confirma Lars-Åke Levin, professor do Departamento de Saúde, Medicina e Ciências e diretor do Centro de Avaliação de Tecnologia Médica da Universidade de Linköping.

Reduzir o risco de fibrilhação auricular

Algumas das pessoas com fibrilhação auricular apresentam sintomas, mas muitas vivem com o problema sem saber. O que significa que partes do coração, conhecidas como aurículas, movem-se de forma extremamente rápida, reduzindo a capacidade de bombeamento de sangue. Quando isso acontece, coágulos sanguíneos podem formar-se no coração e podem então mover-se para o cérebro e causar um AVC.

O risco de acidente vascular cerebral é cinco vezes maior nas pessoas com fibrilhação auricular do que na população em geral. No entanto, o tratamento para diluir o sangue (anticoagulantes) está disponível, e isso pode impedir a formação de coágulos sanguíneos. O rastreio iria permitir que os sistemas de saúde identificassem as pessoas com fibrilhação auricular mesmo que não apresentassem sintoma, disponibilizando anticoagulantes, o que reduzia o risco de AVC.

“O rastreio é uma intervenção muito simples. Em princípio, envolve colocar os polegares numa máquina de ECG portátil, que mede a atividade cardíaca, duas vezes por dia durante duas semanas”, explica Emma Svennberg.

Na avaliação económica, os investigadores levaram em conta que alguns dos exames oferecidos serão reduzidos. “Aqueles que aceitam o rastreio são em geral mais saudáveis ​​do que aqueles que recusam. Mesmo assim, os nossos resultados mostram que esse rastreio economizaria dinheiro e melhoraria a saúde pública. Espero que os tomadores de decisão e o sistema de saúde tomem conhecimento dos nossos resultados. Mostramos que uma das doenças mais graves pode ser evitada dessa forma”, refere Lars-Åke Levin.

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