De acordo com as previsões partilhadas na 9ª edição do Atlas da Diabetes, uma publicação da Federação Internacional da Diabetes datada de 2019, esta doença afetava em 2019 9,3% dos adultos, algo como 463 milhões. O que significa que as estimativas de há uma década, que previam a existência de 438 milhões de pessoas com diabetes em 2025, já foram ultrapassadas, confirmando que este é um dos desafios de saúde que mais rápido tem crescido no século XXI, sendo apelidado por alguns como uma “pandemia”.
Por cá, segundo a mesma fonte, a prevalência da doença entre os adultos chega já aos 14,2, o que nos torna um dos países com números mais elevados no território europeu.
Existem muitos motivos para colocar a diabetes na ordem do dia e procurar respostas para os desafios colocados por estes números através do D-Way: Um novo caminho para a Diabetes, uma iniciativa do Instituto de Saúde Baseada na Evidência (ISBE), com o apoio da Boehringer Ingelheim, que irá juntar especialistas para encontrar as melhores práticas e políticas capazes de melhorar o cuidado das pessoas com diabetes em Portugal.
Na perspetiva de Maria de Belém, presidente da comissão de honra da iniciativa D-Way, “a diabetes é uma doença muito pesada; em primeiro lugar, para os que dela padecem e suas famílias, em segundo lugar, para a sociedade em geral pelos custos sociais e económicos que acarreta e, em terceiro lugar porque não estamos a conseguir baixar os seus níveis de incidência”.
Tendo a pandemia da COVID-19 como pano de fundo, e a necessidade de dar início a um novo ciclo de planeamento na saúde, os cuidados das pessoas com diabetes tipo 2 destacam-se como uma problemática central.
Apesar de todos os avanços, é preciso fazer mais: identificar e enquadrar os recursos e os instrumentos das política e de governação que permitam reforçar a capacidade do sistema de saúde, identificar as boas práticas e envolver agentes e contribuidores para a criação de um consenso e de uma visão de futuro, inovação e desenvolvimento dos cuidados para as pessoas com diabetes que, segundo as estimativas, têm tendência a aumentar ainda mais.
No culminar deste percurso teremos o lançamento de “um documento (Policy brief) de cariz estritamente científico e sintetizar um conjunto de informações, opiniões e visões de pessoas que estão no terreno e de instituições das quais depende globalmente o tratamento desta doença”, revela António Vaz Carneiro, investigador principal da iniciativa D-Way e presidente do conselho científico do ISBE.
Para delinear o caminho, a Iniciativa D-Way convida especialistas de diferentes áreas, a quem pede o contributo para a discussão e melhoria das metodologias e propostas, um convite que se traduz num percurso, composto por várias fases, das quais se destacam a realização de dois seminários, o primeiro já no dia 1 de julho, que irá ter como tema ‘Resources and tools for Governance in Diabetes’.
O seminário é gratuito, mas exige inscrição prévia, que deverá ser feita aqui.