Mais de metade (51,4%) dos inquiridos num estudo sobre o comportamento dos portugueses com 55 ou mais anos, promovido pela Ageless Portugal, entre os quais 73,5% ainda no ativo, acha que em 2040 já não existirão recursos financeiros para garantir a pensão de velhice (reforma).
Segundo o inquérito, levado a cabo pela Multidados entre 21 de janeiro e 14 de fevereiro, junto de uma amostra composta por 657 pessoas, 63,5% consideram também que foram as pessoas com 65 ou mais anos as mais afetadas pela pandemia.
A estes dados juntam-se outros: 66,1% referem que ainda se encontram a trabalhar por não terem a idade legal para a reforma, com 54,6% a admitirem que não o fazem para não sofrerem cortes nesta pensão. Apenas 13,2% mantêm-se ativos “para se sentirem ocupados/produtivos” ou porque “têm gosto pelo trabalho que desempenham”. Dos respondentes não ativos, 59,2% referem que estão nesta condição em virtude das suas poupanças ao longo da vida ou da reforma atual.
No campo do consumo, e enquadrado no mercado da longevidade (silver economy), um quarto dos inquiridos revela que não existe diversidade na oferta de produtos e serviços adaptados às suas necessidades. Ao todo, 51,2% destes afirmam não haver produtos/serviços focados para a sua faixa etária, sendo semelhantes aos dos mais novos, enquanto 29,3% admitem que os produtos não se adequam às preferências da sua idade. Já 20,7% estão mesmo convictos de que as marcas estão orientadas para os mais jovens e que simplesmente “não lhes interessa” este segmento.
Supermercados (38,4%), saúde (20,1%), alimentar (17,7%) e roupa e acessórios (14%) são os setores mais penalizados pelos inquiridos no que diz respeito à não existência de produtos focados para a sua idade.
No que se refere aos setores que pior comunicam com os seus consumidores com 55 ou mais anos, os supermercados lideram com 34,8% das respostas obtidas. Roupa e acessórios (12,8%), alimentar (8,5%) e aaúde (7,9%), surgem nas posições seguintes.
Quando inquiridos sobre os hábitos de compras através dos meios digitais, 73,5% admitem que esta não é ainda uma prática regular. Dos 26,5% que responderam afirmativamente, o cartão de crédito/débito (44,8%) e a referência de multibanco (40,8%) são os principais métodos de pagamento utilizados. Os setores onde habitualmente fazem compras online são roupa e acessórios (72,4%), livrarias (19%) e cosméticos (15,5%).
Ao nível da comunicação, 41,2% assumem que utilizam diariamente alguma rede social e 24,5% dizem que o fazem pelo menos entre 2 a 3 vezes por semana. Neste campo, o Facebook lidera de forma destacada com 76,6% das preferências, seguindo do Instagram, mas a uma distância considerável (21,8%).