‘Pare o AVC, junte-se a nós’ é o lema do Dia Nacional do Doente com AVC, que se assinala no próximo dia 31 de março. Tal como nos anos anteriores, a Sociedade Portuguesa do AVC promove e incentiva a realização de atividades de sensibilização em todo o País, com “um convite para que todos participem ativamente na consciencialização sobre o acidente vascular cerebral, em que pedimos o simples gesto de vestir a camisola da campanha, com o objetivo de fazer a analogia de que todos podemos ser atletas numa equipa que luta contra esta doença”, explica Vítor Tedim Cruz, presidente da Direção da SPAVC.
“Este dia é a efeméride anual mais importante para a SPAVC. É uma data que assinalamos há mais de 20 anos, cujo objetivo primordial foi e será sempre a consciencialização sobre o impacto do acidente vascular cerebral”, refere a neurologista Cristina Duque, embaixadora nacional da SPAVC para este dia, em que se vai falar “sobre os sinais de alerta do AVC, os chamados 3 F’s, instruir sobre as formas de prevenção da doença, alertar para os fatores de risco vascular e incentivar um estilo de vida saudável”, comenta.
Acrescenta que “é um dia dedicado à educação da população, mas também à valorização dos profissionais de saúde e associações de doentes e sobreviventes de acidente vascular cerebral”.
Riscos que incluem, por exemplo, a pressão arterial. Os dados são do estudo multicêntrico PANORAMA-AVC, envolvendo os hospitais de todo o País e ilhas, promovido pela SPAVC e que analisou os fatores de risco dos doentes com acidente vascular cerebral, confirma que fator de risco mais prevalente é a hipertensão arterial, com praticamente 80% da população a sofrer deste problema na admissão.
Dois milhões de neurónios perdidos por minuto
A cada minuto que passa, em contexto de acidente vascular cerebral, perdem-se 2 milhões de neurónios, por isso, todos os segundos contam. Durante a designada “Quinzena do AVC”, compreendendo o período de 23 de março a 7 de abril, irão decorrer diversas atividades organizadas por diferentes instituições, com chancela da SPAVC, tais como “rastreios de fatores de risco vascular, palestras informativas sobre a prevenção primária e secundária, e atividades de promoção da saúde como caminhadas”, acrescenta a médica.
Para a SPAVC, é fundamental que as mensagens de sensibilização sejam reforçadas ano após ano. “Esperamos que a informação chegue a cada vez mais pessoas porque, apesar de todas as inovações nos tratamentos e de toda a comunicação que tem vindo a ser veiculada, o acidente vascular cerebral continua a ser a principal causa de mortalidade e incapacidade em Portugal”, explica a especialista.
“É importante que a população entenda a gravidade desta doença que, apesar de tudo, é prevenível e tratável, o que reforça a ideia de que parte da luta contra o acidente vascular cerebral depende muito das pessoas”, acrescenta. A SPAVC defende que a população assume um papel fundamental, por um lado, pela “identificação dos sinais de alerta (alteração na fala, na face e na força num dos membros do corpo) que permite que o doente recorra a um serviço de urgência o mais rápido possível e, por outro, pelo conhecimento dos fatores de risco vascular e da importância de um estilo de vida saudável”.
Como Embaixadora deste dia Dia Nacional, Cristina Duque “encoraja todas as comunidades locais, hospitais, centros de saúde, instituições sociais e associações de doentes a assinalarem, com a SPAVC, este dia tão importante. Nunca é demais relembrar que devemos estar sempre atentos aos sinais desta doença e que juntos conseguimos combater e melhorar o acidente vascular cerebral em Portugal”.
Já Vítor Tedim Cruz reforça que “a luta contra o acidente vascular cerebral faz-se nos hospitais, unidades de AVC, Vias Verdes e centros de reabilitação, mas também, e sobretudo, em casa, nas famílias, nas escolas e comunidade, através da correção, todos os dias, dos fatores de risco e reduzindo o peso de tudo o que nos aproxima de um AVC”.
Nesse sentido, têm sido muitos os rostos, desde figuras públicas bem conhecidas de todos, a equipas de Unidades de AVC, grupos de profissionais de saúde, administrações hospitalares, entre outros, a vestir a camisola e transmitir mensagens de alerta e prevenção, essenciais no combate ao acidente vascular cerebral. Estes contributos têm sido partilhados nos canais digitais da SPAVC e podem ser acompanhados AQUI.