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Chá, frutos vermelhos, chocolate negro e maçãs: a receita para uma vida mais longa

chá rico em flavonoides

Uma nova investigação descobriu que aqueles que consomem uma variedade de alimentos ricos em flavonoides, como chá, frutos vermelhos, chocolate negro e maçãs, podem reduzir o risco de desenvolver problemas de saúde graves e têm o potencial de viver mais tempo.

Os resultados revelam que o aumento da diversidade de flavonoides na dieta, que se encontram em alimentos vegetais como o chá, mirtilos, morangos, laranjas, maçãs, uvas e até mesmo em vinho tinto e chocolate negro, pode ajudar a prevenir o desenvolvimento de problemas de saúde como a diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, cancro e doenças neurológicas.

Publicado na revista Nature Food, o estudo acompanhou mais de 120 mil participantes com idades entre os 40 e os 70 anos durante mais de uma década, e é o primeiro do género a sugerir que existe um benefício no consumo de uma vasta gama de flavonoides, além do simples consumo de grandes quantidades.

“Há algum tempo que sabemos que uma maior ingestão de flavonoides na dieta, poderosos bioativos naturalmente presentes em muitos alimentos e bebidas, pode reduzir o risco de desenvolver doenças cardíacas, diabetes tipo 2 e condições neurológicas como o Parkinson”, refere Aedín Cassidy, um dos líderes do estudo.

“Sabemos também, através de dados laboratoriais e estudos clínicos, que os diferentes flavonoides atuam de formas diferentes: uns melhoram a pressão arterial, outros ajudam a controlar os níveis de colesterol e a diminuir a inflamação. Este estudo é significativo, uma vez que os resultados indicam que o consumo de uma maior quantidade e de uma maior diversidade tem o potencial de levar a uma maior redução dos problemas de saúde do que apenas uma única fonte.”

Benjamin Parmenter, investigador da Universidade Edith Cowan, na Austrália e primeiro autor do estudo, fez a descoberta inicial de que uma dieta rica em flavonoides é benéfica para a saúde. E esclarece que “a ingestão de cerca de 500 mg de flavonoides por dia foi associada a um risco 16% menor de mortalidade por todas as causas, bem como a um risco cerca de 10% menor de doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2 e doenças respiratórias. Esta é aproximadamente a quantidade de flavonoides que consumiria em duas chávenas de chá”.

“No entanto, aqueles que consumiram a maior diversidade de flavonoides apresentaram um risco ainda menor destas doenças, mesmo consumindo a mesma quantidade total”, explica Parmenter. “Por exemplo, em vez de beber apenas chá, é melhor consumir uma variedade de alimentos ricos em flavonoides para complementar a ingestão, porque os diferentes flavonoides provêm de diferentes alimentos.”

já Tilman Kuhn, especialista da Universidade Médica de Viena, refere que “a importância da diversidade na ingestão de flavonoides nunca tinha sido investigada até agora, pelo que o nosso estudo é muito significativo, uma vez que as descobertas estão alinhadas com as alegações populares de que comer alimentos coloridos é inestimável para manter uma boa saúde. Comer frutas e legumes numa variedade de cores, incluindo os ricos em flavonoides, significa que tem mais hipóteses de obter as vitaminas e os nutrientes necessários para manter um estilo de vida mais saudável”.

As primeiras diretrizes alimentares para os flavonoides foram recentemente divulgadas, recomendando o aumento do consumo de flavonoides para manter a saúde. “O nosso estudo fornece provas inaugurais de que também podemos precisar de aconselhar o aumento da diversidade na ingestão destes compostos para obter os melhores benefícios”, afirma Parmenter.

“Os resultados fornecem uma mensagem clara de saúde pública, sugerindo que trocas alimentares simples e exequíveis, como beber mais chá e comer mais frutos vermelhos e maçãs, por exemplo, podem ajudar a aumentar a variedade e a ingestão de alimentos ricos em flavonoides e potencialmente melhorar a saúde a longo prazo”, conclui Aedín Cassidy.

 

Crédito imagem: Pexels

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