Uma aspirina por dia pode ser, para muitos, uma receita a evitar, revela um novo estudo. Se não tem risco cardíaco, então talvez deva parar.
Investigadores revelam que o risco de sangramento interno associado à toma diária da aspirina em pessoas saudáveis pode ser maior do que qualquer potencial benefício, como prevenir doenças cardíacas.
Um dos autores do trabalho, Trevor Thompson, da Universidade de Greenwich, considera que “a aspirina é boa se a pessoa tiver sido identificada como de risco para problemas cardiovasculares. Caso contrário, os riscos superam quaisquer benefícios potenciais. A nossa análise encontrou um risco muito maior de sangramento no cérebro ou no estômago, o que pode ser fatal”.
A revisão de trabalhos existentes foi publicada no British Journal of Clinical Pharmacology, onde se analisaram 67 estudos diferentes e se descobriu que uma dose pequena (menos de 325 miligramas por dia, aproximadamente um comprimido) para pessoas sem doença cardiovascular estava associada a uma incidência 17% menor de problemas cardiovasculares, como ataque cardíaco ou AVC.
No entanto, havia ainda um risco 47% maior de sangrar no estômago e um risco 34% maior de sangrar no interior do crânio.
Thompson acrescenta que estes resultados confirmam que há algo – a toma de uma aspirina – “que as pessoas podem estar a fazer todos os dias que lhes pode causar danos desnecessários. O nosso estudo mostra que uma aspirina por dia só deve ser tomada por pessoas que têm uma doença cardiovascular ou por alguém a quem o médico tenha informado que correm o risco de desenvolver uma destas doenças”.
O relatório analisou ainda investigações que afirmavam que a aspirina poderia ajudar a prevenir cancro, mas descobriu que, também nestes casos, os riscos voltavam a superar os benefícios.