Já são conhecidos os vencedores da 3ª edição dos ‘António Coutinho Science Awards’, que vai distinguir três das 27 candidaturas submetidas. As duas bolsas foram atribuídas a estudantes de Cabo Verde e de Moçambique, que vão desenvolver os seus projetos de investigação no Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT) da Universidade Nova de Lisboa e no Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica. E o prémio foi atribuído a um investigador moçambicano e vai permitir dar continuidade ao trabalho, agora no Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESCTEC) da Universidade do Porto. Os três vencedores juntam-se agora aos cinco premiados das edições anteriores.
O programa revelou uma enorme diversidade de candidatos e de temáticas, tendo recebido candidaturas de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Portugal. Todas as candidaturas foram analisadas por um júri composto por cientistas, representantes dos PALOP e de Portugal, doutorados em diferentes áreas da científicas e com experiência na seleção e acompanhamento de estudantes e cientistas.
O programa António Coutinho Science Awards, promovido pelo Centro Colaborativo do Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC), tem como foco a cooperação, capacitação e o desenvolvimento da investigação científica, e tem relevado elevado impacto na carreira dos participantes, tendo sido determinante para os impulsionar na persecução de uma carreira na área das ciências.
Atribuídos pela primeira vez em 2019, os António Coutinho Science Awards resultam da parceria entre a Câmara Municipal de Oeiras e a Merck Family Foundation, numa estratégia desenhada pelo IGC de democratização da ciência.
Pretende ser um contributo determinante para o reforço da diversidade na comunidade científica e, segundo Mónica Bettencourt Dias, diretora do IGC, “é uma oportunidade para dinamizar e fortalecer o percurso de investigação de cientistas e estimular o aparecimento de novas soluções para os problemas de toda a humanidade”. A 4ª Edição será lançada durante o primeiro trimestre de 2022.
E os vencedores são…
Érica Simão é moçambicana, licenciada em Medicina Geral pela Universidade Católica de Moçambique, a frequentar o Mestrado em Saúde Publica e Desenvolvimento no IHMT e é vencedora de uma das bolsas, juntamente com Tamar Monteiro, cabo-verdiana, licenciada em Ciências Biológicas, que se encontra a frequentar o Mestrado em Saúde Pública da Universidade de Cabo Verde.
O prémio científico vai para Sosdito Mananze, moçambicano doutorado em Engenharia Geográfica pela Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, é docente na Escola Superior de Desenvolvimento Rural – Universidade Eduardo Mondlane, diretor-adjunto para a Investigação e Extensão da Universidade Eduardo Mondlane, Escola Superior de Desenvolvimento Rural. E a sua proposta vai no sentido do desenvolvimento do projeto “Sistema de suporte a decisão baseado em deteção remota para a eficiência do uso de recursos na agricultura em Moçambique”, que pretende ser uma prova de conceito para depois aconselhar a implementação do sistema de deteção remota em Moçambique.
Sendo a agricultura em Moçambique vulnerável a desastres climáticos, o candidato considera importante ter um sistema de monitorização, responsivo, que permitirá também a detetar atempadamente e prevenir focos de insegurança alimentar.