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Elevada iliteracia e desinformação sobre fertilidade: o que deve mudar?

fertilidade

São vários os fatores que têm “um impacto dramático” na fertilidade, com efeitos prejudiciais a curto e longo prazo. Quem o afirma são os especialistas que marcaram presença no evento “O Passado, Presente e Futuro da Fertilização In Vitro (FIV)”, que decorreu em Coimbra. 

O Notícias Saúde marcou presença para conhecer a evolução da procriação medicamente assistida (PMA) pelas palavras de Isabel Torgal, diretora clínica da Ferticentro, Joana Mesquita Guimarães, diretora clínica da Procriar e membro do Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida, e Vladimiro Silva, diretor científico das Clínicas Procriar, Ferticentro e Ava Clinic, no papel de moderador.

Num debate focado em fertilidade e fertilização in vitro, existem vários fatores prejudiciais, tais como o álcool, drogas, tabaco e obesidade. Todas estas variáveis tornam a gravidez mais complicada, sobretudo em momentos mais tardios, a acrescentar a uma elevada desinformação e iliteracia sobre fertilidade, considerada uma das grandes preocupações das especialistas. É perante estes desafios que destacam a importância de educar para a fertilidade desde cedo, incluindo este tema nas aulas de educação sexual, nas escolas. 

Além disso, Joana Mesquita Guimarães relembra que o período fértil recomendado para engravidar é entre os 25 e os 30 anos, o mais tardar até aos 35. No entanto, atualmente, as carreiras e vidas profissionais estão a ser postas cada vez mais em primeiro lugar, pelo que Isabel Torgal sugere que “deve haver uma preocupação acrescida para guardar ovócitos”, através da criopreservação. 

O que é a criopreservação?

Quando a mulher decide adiar a sua gravidez, pode optar pela criopreservação, considerada uma oportunidade para engravidar mais tarde, mantendo as suas reservas de fertilidade.

Em Portugal, este processo tem a duração de cinco anos, mas pode ser renovado por tempo, caso ainda não queira entrar neste percurso. Durante este período, os óvulos mantêm a sua vitalidade e qualidade. 

Mas as vantagens não ficam por aqui: a criopreservação é uma ferramenta útil para mulheres com doenças autoimunes ou oncológicas. Desta forma, conseguem preservar os seus óvulos saudáveis, antes de iniciarem tratamentos que serão prejudiciais para a sua fertilidade. 

O futuro da procriação medicamente assistida

A PMA já mostrou marcas de sucesso em Portugal e no mundo, com cerca de 40 anos de experiência. Muitas vezes, dá um motivo aos casais para sorrir, através da concretização dos seus sonhos. No entanto, é apenas uma opção, sem garantir 100% de sucesso. 

Por enquanto, o futuro ainda é incerto, mas os especialistas acreditam que é promissor. Atualmente, o mesmo método e forma de tratamento já não se aplica a todas as pessoas, tornando-se cada vez mais personalizado e individualizado. Para isso, a inteligência artificial pode ser um forte aliado para ajudar neste “cuidado de excelência prestado”. 

“Quem faz tratamentos de fertilidade passa por muito sofrimento”, remata Joana Mesquita Guimarães, sentindo muita vergonha, frustração e ansiedade, mas, no fim desta jornada, tudo o que resta é gratidão: “Estão gratas para toda a vida e são esses sentimentos que nos fazem continuar e lutar, apesar das limitações sociais e dificuldades.”

 

Crédito imagem: DR

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